QUAIS FORAM AS INTERVENÇÕES DOS GOVERNOS NO RIO DE JANEIRO NO CONTROLE DAS EPIDEMIAS E DA REVOLTA?
Assunto :Revolta da Vacina No Brasil (1904)
Respostas
Resposta: A ocorrência de novos surtos de gripe durante o ano de 1919 ameaçou trazer de volta uma peste que matara de forma descomunal, e que a população queria trancar nos recantos mais escondidos de suas lembranças. Isso levou Chagas, diante dos fracassos nas tentativas de descoberta do agente causador da gripe, a restabelecer o regime de quarentenas e isolamento para navios, bem como a notificação compulsória de casos da doença. Porém, a medida renderia muitas críticas ao higienista por parte dos próprios círculos médicos. Com o desconhecimento do causador da moléstia, esta parecia ser a única medida capaz de evitar o contágio e preservar a organização sanitária do país. Todas essas medidas, em especial a notificação compulsória, tiveram como intuito convencer a opinião pública e, principalmente, setores do aparelho de Estado sobre a importância de haver uma determinação legal (Pereira Neto, 2001). A intervenção estatal foi concebida como um meio de gestão e produção de serviços e políticas de saúde. Porém, as questões de notificação compulsória, quarentena e isolamento nos remetem à divisão de autoridade, responsabilidade e poder entre medicina e saúde pública, que sempre foi um campo de constantes conflitos, em que o ethos profissional estabelecia, vez por outra, obstáculos à possibilidade de uma colaboração mais profunda, apesar de elas serem historicamente dependentes e interativas (Brandt e Gardner, 2000). A saúde pública era vista muitas vezes como um campo em íntima ligação com a política, e por isso por ela corrompida. O estabelecimento de tais medidas, por um lado, influenciava a relação médico/paciente, caracterizada pelo segredo profissional; por outro, revertia em perdas econômicas, já que as práticas preventivas poderiam diminuir a procura por serviços de medicina curativa.
Explicação: A participação de médicos nos quadros do Estado era, por sua vez, parte de estratégias de manutenção de poder e status e da abertura de espaços dentro da organização pública nacional, através do poder medicalizador. Este tinha, entre outras funções, autoridade para normatizar os hábitos, costumes e comportamentos dos indivíduos diante da doença, visando a diminuir a incidência da mesma e os efeitos negativos da interdependência, parte das relações biológicas que então se estabelecem. As políticas de saúde, por sua vez, aumentavam a capacidade de intervenção do Estado sobre o território nacional, vendo nas ações, tanto urbanas quanto rurais, uma forma de avançar sua governabilidade sobre a sociedade brasileira. A abertura de novos espaços de atuação dentro do aparelho de Estado era a expectativa do movimento sanitarista que vivia um processo de profissionalização da saúde pública no país, cujo ápice se daria com a reforma do ensino, em 1925, e a criação dos primeiros cursos destinados a formar sanitaristas no Brasil. A gripe espanhola possibilitou também a reflexão sobre as contradições do próprio sistema institucional republicano e sobre os conflitos entre os poderes na geração de políticas que impediam a criação de um repertório político que viabilizasse a solução de problemas nacionais ou mesmo locais, como foi o caso do próprio combate à espanhola. Se, de um lado, a epidemia acarretou uma série de insatisfações com a atividade política das elites governantes e com suas políticas sociais, de outro, tornou possível um maior controle sobre a medicina oficial, acabando por transformar esse grupo de higienistas nos únicos atores capazes de encontrar uma solução para a crise instaurada pelo evento. Este acabou por desencadear uma revalorização do conhecimento sanitário. Assim sendo, a colaboração desses homens de ciência seria mais uma vez requisitada pelas elites dominantes, em seus projetos políticos e administrativos, visto que o grupo em questão detinha um capital político e social necessário para lidar com os problemas então desencadeados.
Desta maneira, o vírus da varíola se espalhava. Proliferavam ratos e mosquitos transmissores de doenças fatais como a peste bubônica e a febre amarela, que matavam milhares de pessoas anualmente.
Com isso, iniciou a construção de grandes obras públicas, o alargamento das ruas e avenidas e o combate às doenças.
A reurbanização do Rio de Janeiro, no entanto, sacrificou as camadas mais pobres da cidade, que foram desalojadas, pois tiveram seus casebres e cortiços demolidos.
Como resultado das demolições, os aluguéis subiram de preço deixando a população cada vez mais indignada.
Primeiro, o governo anunciou que pagaria a população por cada rato que fosse entregue às autoridades. O resultado foi o surgimento de criadores desses roedores a fim de conseguirem uma renda extra.
Contudo, a campanha de saneamento realizava-se com autoritarismo, onde as casas eram invadidas e vasculhadas. Não foi feito nenhum esclarecimento sobre a importância da vacina ou da higiene.