• Matéria: Filosofia
  • Autor: amanda123447899
  • Perguntado 7 anos atrás

(UFMG, 2012) Leia este trecho:
Eis por que, talvez, daí nós não concluamos mal se dissermos que a Física, a Astronomia,
a Medicina, e todas as outras ciências dependentes da consideração das coisas
compostas são muito duvidosas e incertas; mas que a Aritmética, a Geometria, e as
outras ciências desta natureza, que não tratam senão de coisas muito simples e muito
gerais, sem cuidarem muito em se elas existem ou não na natureza, contêm alguma coisa
de certo e indubitável. Pois, quer eu esteja acordado, quer esteja dormindo, dois mais três
formarão sempre o número cinco e o quadrado nunca terá mais do que quatro lados; e
não parece possível que verdades tão patentes possam ser suspeitas de alguma
falsidade ou incerteza.
DESCARTES. Meditações, meditação primeira. Tradução de J. Guinsburg e Bento Prado
Júnior. São Paulo: Abril Cultural, 1983. p. 87. (Os pensadores).

1- Nesse trecho, o autor encontra nas matemáticas (aritmética e geometria) um conjunto de
crenças que, à primeira vista, resistem à sua resolução de se desfazer de todas as
antigas convicções, submetendo-as ao preceito metódico de tomar por falso tudo o que
não seja absolutamente indubitável. Por meio de uma suposição, entretanto, Descartes
será capaz de colocar em dúvida também as verdades matemáticas.


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Respostas

respondido por: anafernanda2016
35

A ) A suposição do Deus enganador e do Gênio Maligno, o terceiro e último passo da Dúvida Metódica.

B ) Descartes, convencido de que nenhuma ideia que não seja clara e distinta, absolutamente indubitável, pode ser tomada como certa, coloca todas as verdades em dúvida para buscar um “ponto fixo” que sustentasse todo o seu novo edifício do saber. Duvidou primeiro das verdades fundamentadas nos sentidos, depois da existência de si e do mundo com o argumento do sonho e por fim das verdades matemáticas que, a priori, não poderiam ser colocadas em dúvida de maneira alguma. A única forma ou caminho de colocá-las em dúvida seria com a hipótese da existência que um Ser superior, no caso Deus, sendo bom e querendo nos enganar (Deus enganador) ou Maligno e Ardiloso (Gênio Maligno) que nos faz acreditar que verdades como 2+3=5 e, no entanto, tal certeza não passa de um engano, apesar desta ideia ser indubitável e evidente à razão humana. Descartes não teria como duvidar de uma verdade matemática encontrando o fundamento da dúvida em si mesmo, pois tais verdades não nascem dos sentidos (dúvida dos sentidos) e mesmo que o homem esteja dormindo, estas verdades permanecem indubitáveis (argumento do sonho), sendo portanto necessário buscar em outro lugar, no caso na figura de Deus, considerado totalmente poderoso, o único caminho pelo qual seria possível colocar as verdades matemáticas em dúvida.

Explicação:

Espero ter ajudado


gislsinesantos50: Q textao kk
respondido por: juniorm13
18

A suposição feita por Descartes é a do Deus enganador e do Gênio Maligno, o terceiro e último passo da Dúvida Metódica.

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