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Com a notável exceção dos cristãos no Líbano, as comunidades cristãs do Oriente Próximo têm uma convivência muito difícil com a sociedade muçulmana. No caso dos cristãos de Jerusalém, de Israel e da Palestina, o conflito político entre muçulmanos e judeus torna a situação ainda muito mais complicada.
Ao longo dos séculos, o Islão político não se mostrou muito afável com as comunidades cristãs nativas sob o seu regime. Episódios de tolerância à parte – que aliás não são raros –, o tratamento que sistematicamente se dá aos cristãos e aos judeus — ambos incluídos na categoria islâmica de dhimmi e tidos como cidadãos de segunda classe — é abusivo e discriminatório sob qualquer ponto de vista. Embora em alguns aspectos os cristãos e judeus tenham melhor sorte sob os regimes islâmicos do que, digamos, os judeus e muçulmanos no tempo da Reconquista espanhola em fins do século XV, os efeitos a longo prazo da dhimmizaçãorevelaram-se mais érios.
Sob o Islão, os dhimmi são proibidos de construir novos lugares de culto ou reformar os já existentes; as suas mulheres podem casar-se com muçulmanos, mas o contrário é estritamente proibido; os dhimmis não têm direitos políticos; e cada comunidade dhimmi, assim como cada uma das pessoas que a constituem, é forçada a viver num estado de perpétua humilhação aos olhos da comunidade predominante.
Ou seja, essas medidas são claramente um método para a liquidação gradual das comunidades minoritárias. Com a notável exceção dos cristãos no Líbano, as comunidades cristãs do Oriente Próximo exibem hoje as cicatrizes de séculos de rebaixamento e de marginalização. São relíquias da devastação provocada por um sistema que, apesar de ter sido tecnicamente abolido nos Estados árabes modernos, continua no nível das políticas oficiais e no das atitudes e práticas populares. Um exemplo de classe dhimmi são os cristãos da Terra Santa — os cristãos palestinos — e seus complexos são um sintoma do que isso representa.
Explicação:
Espero ter ajudado!