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Biografia de Aluízio Azevedo
Aluísio Azevedo (1857-1913) foi um escritor brasileiro. "O Mulato" foi o romance que iniciou o Movimento Naturalista no Brasil. Foi também caricaturista, jornalista e diplomata. É membro fundador da cadeira nº. 4 da Academia Brasileira de Letras.
Aluísio Azevedo (Aluísio Tancredo Gonçalves de Azevedo) nasceu em São Luís, Maranhão, no dia 14 de abril de 1857. Em 1871 matriculou-se no Liceu Maranhense e dedicou-se ao estudo da Pintura.
Com 19 anos foi levado pelo irmão, o teatrólogo e jornalista Artur Azevedo, para o Rio de Janeiro. Começou a estudar na Academia Imperial de Belas-Artes, onde revelou seus dons para o desenho. Logo passou a colaborar, com caricaturas para os jornais "O Mequetrefe", "Fígaro" e "Zig-Zag".
Escola Literária
Com a morte do pai, em 1879, Aluísio volta para São Luís e começa a carreira literária para ganhar a vida. Publica seu primeiro "Romance Romântico", Uma Lágrima de Mulher (1879), onde se mostra exageradamente sentimental para satisfazer um público ávido pelo romantismo.
Em 1881, publica O Mulato, romance que iniciou o “Movimento Naturalista no Brasil”. A obra denunciava o preconceito racial existente na burguesia maranhense e provocou uma reação indignada da sociedade, que se viu retratada nos personagens, mas o livro foi um sucesso de vendas.
No dia 7 de setembro de 1881, Aluísio Azevedo volta para o Rio de Janeiro decidido a se dedicar à vida de escritor. Publicou inúmeros contos, crônicas, romances e peças de teatro, nos folhetos dos jornais da época, na maioria obras de feição romântica, cujos enredos conduziam ora a tragédia ora ao desenlace feliz, entre eles: Memórias de Um Infeliz (1882) e Mistério da Tijuca (1882).
Durante os intervalos da sua intensa produção literária, Aluísio Azevedo procurava escrever livros sérios e mais trabalhados. Surgem suas obras mais importantes, que pertencem à fase “Naturalista” do escritor, entre elas: O Homem, Livro de Uma Sogra, O Cortiço e Casa de Pensão.
Preocupado com a realidade cotidiana, seus temas prediletos foram: a luta contra o preconceito de cor, o adultério, os vícios e o povo humilde. Na obra O Cortiço, Aluísio retrata o aumento da população no Rio de Janeiro e o aparecimento de núcleos habitacionais, denominados cortiços, onde se aglomeravam trabalhadores e gente de atividades incertas. O grande personagem do romance é o próprio cortiço.
Carreira diplomática
Em 1895, com quase quarenta anos, Aluísio vence um concurso para cônsul e ingressa na carreira diplomática, servindo na cidade de Vigo, na Espanha, no Japão, na Inglaterra, Itália, Uruguai, Paraguai e Argentina. Durante todo esse período não mais se dedicou a produção literária. Vivia com a argentina Pastora Luquez, junto com os dois filhos, Pastor e Zulema, por ele adotados.
Aluísio Azevedo faleceu em Buenos Aires, Argentina, no dia 21 de Janeiro de 1913. Seis anos depois, no governo de Coelho Neto, a urna funerária de Aluísio Azevedo foi transferida para São Luís, sua terra natal.
• Obras de Aluísio Azevedo
• Uma Lágrima de Mulher, romance, 1879
• Os Doidos, teatro, 1879
• O Mulato, romance, 1881
• Memórias de um Condenado, romance, 1882
• Mistérios da Tijuca, romance, 1882
• A Flor de Lis, teatro, 1882
• A Casa de Orates, teatro, 1882
• Casa de Pensão, romance, 1884
• Filomena Borges, romance, 1884
• O Coruja, romance, 1885
• Venenos que Curam, teatro, 1886
• O Caboclo, teatro, 1886
• O Homem, romance, 1887
• O Cortiço, romance, 1890
• A República, teatro, 1890
• Um Caso de Adultério, teatro, 1891
• Em Flagrante, teatro, 1891
• Demônios, contos, 1893
• A Mortalha de Alzira, romance, 1894
• O Livro de uma Sogra, romance, 1895
• Pegadas, contos, 1897
• O Touro Negro, teatro, 1898