Respostas
Lugares naturais: cada elemento preferia estar em um lugar diferente e específico no espaço, em relação ao centro da Terra, que também é o centro do universo.
Gravidade / Leviandade: para alcançar este lugar específico, os objetos sofreriam a ação de uma força para baixo ou para cima.
Movimento retilíneo: é o movimento em resposta a esta força: em linha reta a uma velocidade constante.
Relação com densidade e velocidade: a velocidade é inversamente proporcional à densidade do meio.
Impossibilidade da existência do vácuo: no vácuo o movimento teria velocidade infinita.
O éter preenchendo o espaço: todos os pontos do espaço são preenchidos pela matéria.
Um universo infinito: não poderia existir uma fronteira no espaço.
Teoria do continuum: entre os átomos existe o vácuo, por isso a matéria não poderia ser diminuta, atômica.
Quintessência: objetos muito acima da superfície da Terra não são constituídos por matéria originalmente terrestre.
Cosmo incorruptível e eterno: o Sol e os planetas são esferas perfeitas que não se alteram.
Movimento circular: os planetas descrevem um movimento circular perfeito.
Resposta:
Filósofo que sistematizou a lógica, Aristóteles definiu as formas de inferência que são válidas e as que não são, além de nomeá-las.
De acordo com o filósofo, determinar uma verdade comum a todos os componentes de um grupo de coisas é a condição para conceber um sistema teórico. Para a construção de tal conhecimento, Aristóteles não se satisfez com a dialética de Platão, segundo a qual o caminho para chegar à verdade era a depuração dos argumentos e pontos de vista por intermédio do diálogo.
Aristóteles quis criar um método mais seguro e desenvolveu o sistema que ficou conhecido como silogismo. Ele consiste de três proposições – duas premissas e uma conclusão que, para ser válida, necessariamente decorre das duas anteriores, sem que haja outra opção. Exemplo clássico de silogismo é o seguinte:
Todos os homens são mortais.
Sócrates é homem.
Portanto, Sócrates é mortal.
Isso não basta, porém, para que a lógica se torne ciência. Um silogismo precisa partir de verdades, como as contidas nas duas proposições iniciais. Elas não se sujeitam a um raciocínio que as demonstre. Demonstram-se a si mesmas na realidade e são chamadas de axiomas. A observação empírica – isto é, a experiência do real – ganha, assim, papel central na concepção de ciência de Aristóteles, em contraste com o pensamento de Platão.
2) As quatro causas - Para Aristóteles uma coisa é o que é devido à sua forma. Como, porém, o filósofo entende essa expressão? Ele compreende a forma como a explicação da coisa, a causa de algo ser aquilo que é. Na verdade, Aristóteles distingue a existência de quatro causas diferentes e complementares:
Causa material: de que a coisa é feita?
Causa eficiente: o que ou quem fez a coisa?
Causa formal: como é a coisa?
Causa final: para o que a coisa é feita?
3) Ética e política - No campo da ética, segundo Aristóteles, todos nós queremos ser felizes no sentido mais pleno dessa palavra. Para obter a felicidade, devemos desenvolver e exercer nossas capacidades no interior do convívio social.
Aristóteles acredita que a autoindulgência e a autoconfiança exageradas criam conflitos com os outros e prejudicam nosso caráter. Contudo, inibir esses sentimentos também seria prejudicial. Vem daí sua célebre doutrina do justo meio, pela qual a virtude é um ponto intermediário entre dois extremos, os quais, por sua vez, constituem vícios ou defeitos de caráter.
4) O papel da razão (Nada está no intelecto antes de ter passado pelos sentidos.) - Nossos pensamentos não surgem do contato de nossa alma com o mundo das ideias, mas da experiência sensível. "Nada está no intelecto sem antes ter passado pelos sentidos", dizia o filósofo.
Conhecer é perceber o que acontece sempre ou frequentemente. As coisas que acontecem de modo esporádico ou ao acaso, como o fato de uma pessoa ser baixa ou alta, ter cabelos castanhos ou escuros, nada disso é essencial. Aristóteles chama essas características de acidentes.
Mas como nós fazemos para conhecer a definição de algo e separar a essência dos acidentes? Aí está o papel da razão.
A razão abstrai, ou seja, classifica, separa e organiza os objetos segundo critérios. Observando os insetos, percebo que eles são muito diferentes uns dos outros, mas será que existe algo que todos tenham em comum que me permita classificar uma barata, um besouro ou um gafanhoto como insetos? Sim, há: todos têm seis pernas. Se abstrairmos mais um pouco, perceberemos que os insetos são animais, como os peixes, as aves...
Os erros do mestre - As teorias erradas mais lembradas de Aristóteles são seu modelo cosmológico geocêntrico, que propunha que o Sol e as estrelas giravam em torno da Terra, que seria o centro do universo. A teoria está errada, claro, já que é a Terra que gira em torno do Sol, não o contrário. Nosso planeta é um corpo celeste modesto demais para pretendermos que seja o centro do universo.
Mas apesar de errada, era uma ideia bastante sofisticada para a época, quando a maioria dos povos ainda acreditava nas versões mitológicas sobre o tema, principalmente considerando que Aristóteles não dispunha de telescópios ou qualquer outro instrumental técnico para desenvolver seu modelo.
O filósofo também errou quando defendeu sua versão da teoria da abiogênese, que dizia que os seres vivos podiam ser gerados pela matéria bruta, como uma pedra deixada na água se transformar em um peixe. Outro furo, mas esta crença só foi abolida definitivamente por Louis Pasteur, no século 19.
Só que a contribuição inestimável de Aristóteles ao método científico suplanta em muito seus erros como pesquisador e teórico. Seu legado de conhecimento obtido pela observação, método e lógica seguem desde a antiga Grécia como fundamentos indispensáveis da boa ciência.