• Matéria: Português
  • Autor: marianapogere
  • Perguntado 7 anos atrás

(Epcar/2007)


Texto I


A força da linguagem


(...)


Podemos avaliar a força da linguagem tomando como


exemplo os mitos e as religiões.


A palavra grega mythos, como já vimos, significa


“narrativa” e, portanto, “linguagem”. Trata-se da palavra


que narra a origem dos deuses, do mundo, dos homens, das


técnicas (o fogo, a agricultura, a caça, a pesca, o artesanato,


a guerra) e da vida do grupo social ou da comunidade.


Pronunciados em momentos especiais – os momentos


sagrados ou de relação com o sagrado –, os mitos são mais


do que uma simples narrativa; são a maneira pela qual,


através das palavras, os seres humanos organizam a


realidade e a interpretam.


O mito tem o poder de fazer com que as coisas sejam


tais como são ditas ou pronunciadas. O melhor exemplo


dessa força criadora da palavra encontra-se na abertura da


Gênese, na Bíblia judeu-cristã, em que Deus cria o mundo


do nada, apenas usando a linguagem: “E Deus disse:


faça-se!”, e foi feito. Porque Ele disse, foi feito. A palavra


divina é uma força criadora.


Também vemos a força realizadora ou concretizadora


da linguagem nas liturgias religiosas. Por exemplo, na


missa cristã, o celebrante, pronunciando as palavras “Este é


o meu corpo” e “Este é o meu sangue”, realiza o mistério da


Eucaristia, isto é, a encarnação de Deus no pão e no vinho.


Também nos rituais indígenas e africanos, os deuses e


heróis comparecem e se reúnem aos mortais quando


invocados pelas palavras corretas, pronunciadas pelo


celebrante.


A linguagem tem, assim, um poder encantatório, isto é,


uma capacidade para reunir o sagrado e o profano, trazer os


deuses e as forças cósmicas para o meio do mundo, ou,


como acontece com os místicos em oração, tem o poder de


levar os humanos até o interior do sagrado. Eis por que, em


quase todas as religiões, existem profetas e oráculos, isto é,


pessoas escolhidas pela divindade para transmitir


mensagens divinas aos humanos.


(...)


Independente de acreditarmos ou não em palavras


místicas, mágicas, encantatórias ou tabus, o importante é


que elas existem, pois sua existência revela o poder que


atribuímos à linguagem. Esse poder decorre do fato de que


as palavras são núcleos, sínteses ou feixes de significações,


símbolos e valores que determinam o modo como


interpretamos as forças divinas, naturais, sociais e políticas


e suas relações conosco.


Marilena Chaui


Texto II


“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e


o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas


as coisas eram feitas por intermédio dele e, sem ele, nada do


que foi feito se fez. A vida estava nele, e a vida era a luz dos


homens.”


João, l, 1-4


Texto III
Para os antigos egípcios “o órgão da criação é a boca,
que nomeia todas as coisas”. No Rigveda, a fala é
apresentada como imagem materna, que contém o universo
dentro de si: “Da palavra vivem todos os deuses; da palavra
vivem os gênios, os animais e os homens... a palavra é
imperecível, primogênita da lei, mãe dos vedas, umbigo da
imortalidade.”


O único período abaixo que NÃO apresenta uma idéia conclusiva ou explicativa é

A
“A palavra mythos, como já vimos, significa ‘narrativa’ e, portanto, linguagem.” (Texto I)

B
“Independente de acreditarmos ou não em palavras ..., o importante é que elas existem, pois sua existência revela o poder que atribuímos à linguagem.” (Texto II)

C
“O órgão de criação é a boca, que nomeia todas as coisas.” (Texto III)

D
“Podemos avaliar a força da linguagem tomando como exemplo os mitos e as religiões.”

Respostas

respondido por: melitapires2018
2

Resposta:

A alternativa correta e a D)Podemos avaliar a força da linguagem tomando como exemplo os mitos e as religiões

respondido por: bralw2628
2

Resposta:

ca eu to muinto puto

Explicação:

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