• Matéria: Filosofia
  • Autor: TH3UZ1NH0
  • Perguntado 7 anos atrás

LEIA O TEXTO A SEGUIR E RESPONDA AS QUESTÕES:

"Retomemos a nossa investigação e procuremos determinar à luz deste fato de que todo conhecimento e todo trabalho visam a algum bem, quais afirmamos ser os objetivos da ciência política e qual é o mais alto de todos os bens que se podem alcançar pela ação. Verbalmente, quase todos estão de acordo, pois tanto o vulgo como os homens de cultura superior dizem ser esse fim a felicidade e identificam o bem viver e o bem agir como o ser feliz. Diferem, porém, quanto ao que seja a felicidade, e o vulgo não o concebe do mesmo modo que os sábios. Os primeiros pensam que seja alguma coisa simples e óbvia, como o prazer, a riqueza ou as honras, muito embora discordem entre si. [...] Ora, alguns têm pensado que, à parte esses numerosos bens, existe um outro que é autossubsistente e também é causa da bondade de todos os demais. [...]
Voltemos novamente ao bem que estamos procurando e indaguemos o que é ele, pois não se afigura igual nas distintas ações e artes; é diferente na medicina, na estratégia, e em todas as demais artes do mesmo modo. Que é, pois, o bem de cada uma delas? Evidentemente, aquilo em cujo interesse se fazem todas as outras coisas. Na medicina é a saúde, na estratégia a vitória, na arquitetura uma casa, em qualquer outra esfera uma coisa diferente, e em todas as ações e propósitos é ele a finalidade; pois é tendo-o em vista que os homens realizam o resto.
Por conseguinte, se existe uma finalidade para tudo que fazemos, essa será o bem realizável mediante a ação; e, se há mais de uma, serão os bens realizáveis através dela.
[...] Mas procuremos expressar isto com mais clareza ainda. Já que, evidentemente, os fins são vários e nós escolhemos alguns dentre eles [...], segue-se que nem todos os fins são absolutos; mas o sumo bem é claramente algo de absoluto. Portanto, se só existe um fim absoluto, será o que estamos procurando; [...] chamamos de absoluto e incondicional aquilo que é sempre desejável em si mesmo e nunca no interesse de outra coisa.
Ora, esse é o conceito que preeminentemente fazemos da felicidade. É ela procurada sempre por si mesma e nunca com vistas em outra coisa, ao passo que à honra, ao prazer, à razão e a todas as virtudes nós de fato escolhemos por si mesmos (pois, ainda que nada resultasse daí, continuaríamos a escolher cada um deles); mas também os escolhemos no interesse da felicidade, pensando que a posse deles nos tornará felizes. A felicidade, todavia, ninguém a escolhe tendo em vista algum destes, nem, em geral, qualquer coisa que não seja ela própria. [...] A felicidade é, portanto, algo absoluto e autossuficiente, sendo também a finalidade da ação. [...] Mas dizer que a felicidade é o sumo bem talvez pareça uma banalidade, e falta ainda explicar mais claramente o que ela seja. Tal explicação não ofereceria grande dificuldade se pudéssemos determinar primeiro a função do homem. Pois, assim como para um flautista, um escultor ou um pintor, e em geral para todas as coisas que têm uma função ou atividade, considera-se que o bem e o 'bem feito' residem na função, o mesmo ocorreria com o homem se ele tivesse uma função. [...]
Ora, se a função do homem é uma atividade da alma que segue ou que implica um princípio racional; [...] se realmente assim é, [...] o bem do homem nos aparece como uma atividade da alma em consonância com a virtude, com a melhor e mais completa. Mas é preciso ajuntar 'numa vida completa'.
Porquanto uma andorinha não faz verão, nem um dia tampouco; e da mesma forma um dia, ou um breve espaço de tempo, não faz um homem feliz e venturoso."
ARISTÓTELES, Ética a Nicômaco. São Paulo: Abril Cultural, 1973. p. 251 – 256. (Coleção Os Pensadores)

1. Aristóteles afirma: "chamamos de absoluto e incondicional aquilo que é sempre desejável em si mesmo e nunca no interesse de outra coisa"; e, em seguida, identifica esse bem à felicidade. Justifique essa ideia.

2. Qual é, para Aristóteles, a função do ser humano? Em que sentido a conclusão do filósofo relaciona ética e felicidade?​

Respostas

respondido por: Jairssooo
23

Resposta 1 = nós chamamos aquilo que merece ser buscado por si mesmo mais absoluto do que aquilo que merece ser buscado com vistas em outra coisa, e aquilo que nunca é desejável no interesse de outra coisa mais absoluto do que as coisas desejáveis tanto em si mesmas como no interesse de uma terceira; por isso chamamos de absoluto e incondicional aquilo que é sempre desejável em si mesmo e nunca no interesse de outra coisa.

2. É impossível dizer qual é a função específica do ser humano. Talvez nossa função seja alcançar nossas metas, nossos objetivos, e essa é a única forma de ser um ser humano, já que Aristóteles acredita que se não desempenhamos nossa função, nós não somos nós. A função do ser humano pode variar ou pode não ser nunca encontrada, e devemos procurar saber qual é a nossa função. É ajudar as pessoas? É trabalhar, constituir família, ser feliz, ter amigos, dinheiro? Só depende de você. Depende de como você age, depende da sua ética.

respondido por: susanNV
32

Resposta:

1)   Aristóteles está afirmando que a felicidade seria um interesse absoluto e incondicional, pois ela sempre desejada por si mesma e não no interesse de outra coisa.

2)  A finalidade do ser humano segundo o pensamento aristotélico seria o de buscar a felicidade. E para atingir a felicidade o ser humano deveria adequar o seu agir de forma a alcançar a excelência do comportamento, por isso a ética estaria relacionada a felicidade


karolainefonseca2004: É da Aula Paraná?
susanNV: É das aulas online
susanNV: mas acho q é a mesma coisa
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