Respostas
Estudos sobre a burocracia vem ganhando força nas ciências sociais,
especialmente com a ascensão da teoria “neoinstitucionalista” na década de 1980.
Neste trabalho, nosso foco está na categoria de “técnica”, que historicamente se
construiu – ancorada nos pressupostos de racionalidade e impessoalidade – como um
valor fundante da atuação dos burocratas. O grande problema disso é que essa
construção se deu a partir de dispositivos que isolam a técnica da cultura e da política,
esvaziando da burocracia as ideias, valores e crenças que guiam os atores dentro e
fora do Estado. Apesar do questionamento dessa divisão não ser novidade,
acreditamos ser importante dar centralidade analítica para o tema, a fim de entender
melhor diferentes interpretações acerca da dimensão técnica nos aparelhos
burocráticos. Nesse sentido, nossa proposta aqui é de desenvolver um mapeamento
sistematizado sobre como a ideia de técnica na burocracia vem sendo tratada pela
literatura, e, além disso, de revisitar os escritos de Max Weber, que podem oferecer
ferramentas analíticas poderosas para a compreensão da atuação dos burocratas e das
diversas ideias e projetos políticos que atravessam arenas estatais e moldam políticas
públicas.