• Matéria: História
  • Autor: vanessasouza0130
  • Perguntado 6 anos atrás

É importante ressaltar que a revisão para baixo das projeções de crescimento do Brasil já havia começado antes da doença surgir na China. Na mídia brasileira e mundial, abundam comentários e previsões de economistas sobre o impacto do coronavírus. Posso acrescentar mais alguns? A minha relutância decorre do fato de que nós, economistas, pouco sabemos de questões de saúde, obviamente. E, pior, temos pouco ou nenhum acesso ao futuro. O futuro para nós é um ilustre desconhecido com quem apenas fingimos certa intimidade, por motivos estritamente comerciais, como o leitor bem pode imaginar. ​A economia mundial já mostrava sinais claros de fragilidade antes do coronavírus. O crescimento vinha lento em boa parte do planeta, com os Estados Unidos e a China na condição de principais exceções. Uma fonte importante de preocupação era a guerra comercial patrocinada pelo governo Trump contra a China. Outra, as sérias questões geopolíticas e militares decorrentes dos conflitos no Oriente Médio, notadamente na Síria e no Irã. No início deste ano, veio o novo choque, oriundo da China, que tem a maior economia do mundo (considerando os PIBs medidos por paridade de poder de compra) e se espalhando com rapidez para outros países. A virulência e o alcance da doença são ainda desconhecidos. Prevalece a incerteza. Os mercados financeiros internacionais se encontram, em fase delicada, após um longo período em que prevaleceu tendência de alta dos ativos, alimentada por políticas monetárias ultraexpansivas da parte dos principais bancos centrais. Em resumo, o que temos neste primeiro semestre de 2020 é a combinação de um choque importante, ainda que de magnitude e duração incertas, com vulnerabilidades pré-existentes, de ordem comercial, geopolítica e financeira. Essa combinação incide sobre mercados financeiros internacionais vulneráveis e sujeitos a movimentos de manada. E o Brasil? A economia do país é sensível ao que acontece na China, nosso principal parceiro comercial. E uma desaceleração geral da economia internacional teria efeito considerável sobre as nossas exportações e perspectivas de crescimento – tanto mais que a economia nacional já não vinha muito bem nos meses imediatamente anteriores ao surgimento do vírus na China. Até novembro ou dezembro do ano passado, predominaram expectativas e esperanças de que a atividade econômica e até o emprego estariam finalmente em trajetória de recuperação um pouco mais firme. A esperança começou a se desfazer em dezembro e janeiro quando entraram uma série de dados mensais desapontadores em termos de produção e vendas na economia brasileira. A divulgação do PIB de 2019 confirmou a decepção. Mas, ressalte-se, a revisão para baixo das projeções de crescimento do Brasil já havia começado quando sobrevieram as notícias alarmantes sobre o coronavírus na China e depois em diversos outros países, inclusive os primeiros casos confirmados no Brasil.

Respostas

respondido por: amillyh
4

Resposta:

9 de mar. de 2020 - É importante ressaltar que a revisão para baixo das projeções de crescimento do Brasil já havia começado antes da doença surgir na China. ... Na mídia brasileira e mundial, abundam comentários e previsões de economistas ... Na minha época de estudante de economia nos anos 1970, por exemplo, ...

Explicação:

9 de mar. de 2020 - É importante ressaltar que a revisão para baixo das projeções de crescimento do Brasil já havia começado antes da doença surgir na China. ... Na mídia brasileira e mundial, abundam comentários e previsões de economistas ... Na minha época de estudante de economia nos anos 1970, por exemplo, ...

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