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Resposta:
Estando as origens da ciência médica enraizadas nas mais
remotas culturas, voltemos nossa atenção para as civilizações da
antiguidade, nas quais a medicina já começava a encontrar seus
conceitos. Assim, iniciaremos pela Babilônia, que foi contemporâ-
nea do Egito Pré-Dinástico por volta do quarto milênio, antes que
fossem construídas as grandes pirâmides e organizadas a religião, a
ciência e a arte. Os primeiros médicos babilônicos foram sacerdo-
tes que ensinavam nas cidades de Babilônia e Nínive, sendo eles
chamados Assipu e tratavam das moléstias internas, especialmente
as doenças mentais, que eram atribuídas à possessão demoníaca
e curadas por métodos mágico e religioso; posteriormente surgi-
ram os médicos leigos, que eram denominados Asu e cuidavam
das enfermidades externas, geralmente causadas por ferimentos,
sendo utilizados tratamentos naturais. Mas, como os babilônicosacreditavam em concepções animísticas1
, o Asu frequentemente
precisava suplementar seus métodos terapêuticos com proces-
sos mágicos, que eram auxiliados por práticas astrológicas e
oraculares.
De maneira que se empregavam drogas, entretanto acreditava-se
que o tratamento mais eficaz era por meio da magia e do encanta-
mento. Nessa perspectiva, o historiador médico Sigerist2
esclarece
que o encantamento era um poderoso instrumento psicológico:
Um sistema de medicina que era dominado
pela magia e religião, e cujo propósito era
reabilitar o indivíduo e reconciliá-lo com
o mundo transcendental, evidentemente
incluía psicoterapia. A pesquisa da alma do
paciente que estava convencido de sofrer
porque havia pecado tinha efeito libertador;
e os ritos executados e as palavras proferidas
pelo sacerdote encantador tinham profundo
poder sugestivo.