O trabalho escravo acompanhou os quatro séculos de formação econômica, política e social do Brasil. A escravização dos africanos contribuiu para:
a. a crise do regime monárquico
b. a formação de grandes fortunas
c. instalação de industrias de bens de consumo
d. a mão de obra qualificada
Respostas
O trabalho escravo acompanhou os quatro séculos de formação econômica, política e social do Brasil. A escravização dos africanos contribuiu para a crise do regime monárquico, com a abolição da escravatura sendo o ápice para o golpe contra a família imperial (resposta correta letra A).
Crise regime monárquico
Durante a escravidão no Brasil, possuir escravos era uma demonstração de poder financeiro. No Primeiro Reinado, D. Pedro I já escrevia em jornais comentando sobre os negros, utilizando pseudônimos:
"(...) e eu aflijo-me de ver os meus semelhantes dando, a um homem, tributos próprios à Divindade. Eu sei que o meu sangue é da mesma cor que o dos negros."
Entretanto, a infâmia da escravidão foi a face mais evidente de uma política de conciliação. O país dependia de uma mão de obra que tornavam os produtos brasileiros competitivos e mantinha a unidade territorial e política, pois a abolição poderia desencadear conflitos no país.
Segundo João Camilo de Oliveira Torres em seu livro Os Construtores do Império, os abolicionistas não eram partidários comuns, pois "no tocante à questão da Abolição ninguém se colocava em termos partidários – havia abolicionismo e escravagismo de parte a parte, em função de suas ligações pessoais, convicções íntimas e interesses eleitorais."
Na Constituinte de 1823, que foi dissolvida pelo imperador D. Pedro I, o legislativo tentou incluir na constituição a obrigatoriedade do Estado na manutenção da escravidão. Este tópico foi retirado da Constituição de 1824 que foi outorgada pelo imperador brasileiro.
Desde a Guerra do Paraguai (1864 - 1870), os militares brasileiros demonstravam uma insatisfação com o imperador D. Pedro II, que não soube lidar com este conflito e o rendeu alguns adversários, alguns deles as mentes do golpe republicano.
O Brasil foi um dos últimos países a declarar a abolição da escravatura, assinada pela Princesa Isabel (filha mais velha de D. Pedro II) em 1888. A abolição não foi bem recebida por alguns políticos liberais do império brasileiro (que eram apoiados pelos escravagistas), sendo uma das causas da queda da monarquia em 1889.
A escravidão foi a grande contradição do Primeiro e Segundo Reinados brasileiros, sendo alcançada a abolição com apoio dos conservadores e perdendo o apoio entre políticos liberais que, juntamente com o militares positivistas, colaboraram decisivamente para a queda da Monarquia.
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