• Matéria: Artes
  • Autor: jonsmoly
  • Perguntado 6 anos atrás


pls custou caro 29 pontos
PRECISO URGENTEEEEEEEEEEEEEEEE


poética utilizada por Banksy

Respostas

respondido por: jsjoanasousa746
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Resposta:

Toda flor é uma obra de arte

Tem a beleza desde a mais singela até a mais elaborada

E tem a vivacidade que em nenhuma obra pode faltar

Depois, uma flor é sempre única

Tomemos uma flor de Narciso como exemplo

É o mais acabado modelo de obra de arte contemporânea – como o urinol de Duchamp durante tanto tempo nos representou

Uma flor de narciso tem tudo o que uma verdadeira obra de arte deve ter:

É bela em si; viva por si; tem estilo próprio e simplesmente

Ela É

Para alguns a flor do narciso poderá evocar sentimentos de fragilidade

Para outros pensamentos ou a sensação de inutilidade

Num terceiro poderá evocar o destino

E será preciso reconhecer que um narciso solitário é muito diferente de outro num ramalhete

Ou de outro compondo junto com rosas um bouquet sofisticado

Assim também um narciso num vaso é muito diferente de outro num jardim ou de outro numa lagoa agreste

Mas todos os narcisos, em suas simples existências, são obras de arte

Infelizmente incapazes de reconhecer a arte nas outras flores, sequer em outros narcisos

Porque um Narciso verdadeiro não tem olhos para reconhecer existências alheias, sequer entre os seus próprios semelhantes

A arte no mundo de hoje parece sofrer dessa espécie de cegueira narcísica

De só ter olhos para ver dentro si mesma – não a arte, propriamente, mas homens que nos representam a arte de hoje

Em parte movida por impossibilidades internas como a subjetividade dos artistas

Em outra por interesses objetivos e bastante comerciais

Mas, quem lucra?

Se uma das funções da arte é justamente nos arrancar dos lugares comuns

E nos fazer maravilhar e nos horrorizar com a vida e a morte comuns de nós todos

A função da arte não é confirmar o que já sabemos

Mas nos chocar contra o novo

Sempre contra o novo e o inesperado – que pode ser bem velho

Num encontro com o que está fora e que de repente acolhemos como pertencente a nós próprios

Que mais de repente ainda percebemos sempre esteve conosco

Esse tempo todo, dentro de nós

Essa é a revelação de uma obra de arte:

Ver subitamente as nossas entranhas ali expostas

No meio de uma calçada, subindo pelas paredes, nas cores das tintas, nas agudezas dos ângulos

Ou seguindo a fluidez da água, a altivez de uma montanha, num vão de céu, numa flor…

Uma obra de arte pode ser algo chocante como uma flor

E nos perturbar ao ponto de correr entre o sensível e o conceitual

Sem nos deixar saber onde se localiza o meio termo

Entre o feio e o belo

O que está vivo ou morto

O que vem de mim e o que vem de você

Onde é que começa e onde é que acaba

Se é que acaba…

Toda arte é revolucionária – se não for, não é arte

Namora com o perigo, com a loucura, com a contravenção

Se uma flor não tem a capacidade de lhe fazer incomodado

Esqueça a flor e procure um museu

O que importa no final é que saíamos engrandecidos da experiência

Com a sensação inebriante de um encontro

De que existe vida e inteligência fora de nós

Não somos a flor do narciso afinal…

Se você se sente cômodo (ou não) em ir a museus e examinar as mesmas obras em nada mais desafiadoras, cheirando a passado e revisitando os artistas conhecidos

Experimente fazer um passeio pela rua

Apenas experimente sentir o incômodo de ver o presente conturbado, sem nenhuma curadoria ou roteiro previsto…

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