1. (UnB-DF) O que distingue o historiador dos outros cientistas sociais é sua preocupação primordial com o tempo, com a duração, com a mudança e com as resistências à mudança, com as transformações e as permanências ou sobrevivências. Se a documentação adequada existir e estiver disponível, não há aspecto algum do presente que esteja fechado à pesquisa científica do tipo histórico.
Ciro Flamarion S. Cardoso. Uma introdução à História.2a Ed., S. Paulo: Brasiliense, 1982, p.107 – com adaptações)
A partir do texto acima, julgue os itens seguintes, referentes ao estudo da História.
(A) Se, como afirma o autor, o tempo é a categoria que singulariza o campo de trabalho do historiador, há interdisciplinaridade entre História e as demais ciências sociais, já que não são rígidas as fronteiras que as separam.
(B) Infere-se do texto que seu autor elimina a possibilidade de haver uma História do tempo presente, quer pela indisponibilidade de fontes para a pesquisa, quer pela elevada subjetividade de que estaria impregnado o trabalho do historiador.
(C) Do ponto de vista do autor a História é o conjunto de fatos significativos do passado, sustentadores da marcha linear de progresso que caracteriza a trajetória das sociedades ao longo dos séculos.
(D) Ao falar em “mudança” e em “transformações” na História, o autor poderia apoiar-se, por exemplo, em significativos momentos da evolução do Ocidente: da mesma forma que, na Antiguidade, Roma foi uma ruptura em relação à Grécia, a Idade Média europeia correspondeu ao rompimento definitivo com o passado clássico.
2. (UEL) Walter Benjamin usa a alegoria, o "anjo da história", para criticar uma noção de processo histórico muito em voga no final do século XIX e início do século XX. Em sua obra, que pretendia ser uma grande arqueologia da época moderna, Benjamin faz uma tripla crítica: ao triunfo da burguesia, ao culto da mercadoria e à fé no progresso. Ele critica uma visão que assimila o progresso da humanidade estritamente ao progresso técnico e que propaga um determinismo no qual a libertação seria um acontecimento garantido pelo curso natural da história. A partir dessa crítica, ele propõe uma outra visão sobre o processo histórico.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, é correto afirmar que para o autor:
(A) A história deve permitir reativar, no presente, aspectos do passado, a fim de retomar uma história inacabada.
(B) A diacronia cria um tipo de inteligibilidade em que os acontecimentos futuros podem ser previstos e assegurados.
(C) As sociedades se desenvolvem progressivamente e os eventos devem ser tomados como causas e consequências.
(D) A história é uma sequência linear de eventos associada a um movimento numa direção discernível. (E) A história é uma sucessão de sistemas socioculturais que evoluem dos mais simples aos mais complexos.
Respostas
Resposta:
1) A: (F) B: (F) C: (F) D: (F).
2) alternativa: (A)
Questão 1. A partir do texto de Ciro F. S. Cardoso, os itens apresentados são classificados como todos falsos.
Vamos analisá-los individualmente:
- Não se pode dizer que a História não tem interdisciplinaridade com outras ciências sociais, pois apesar de usar o tempo como singularidade do campo de trabalho, ela envolve as análises sociais que as outras ciências humanas podem contribuir. Portanto é falsa;
- Esta afirmação é falsa porque o autor do texto afirma justamente que não há nenhum aspecto do presente que esteja fechado à pesquisa;
- Esta afirmativa é falsa porque o autor não afirma que há linearidade na História, e a interpretação de seu texto nos faz crer que a História é formada por uma série de mudanças e ramificações;
- A Idade Média não foi um rompimento definitivo com o passado clássico, até mesmo porque em séculos posteriores houve retomada de muitos valores clássicos em diversas áreas, como na arte.
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Questão 2. Com base nos conceitos de Walter Benjamin, é correta a afirmativa A: A história deve permitir reativar, no presente, aspectos do passado, a fim de retomar uma história inacabada.
Essa percepção coincide com a crítica feita à fé no progresso, em que o homem confia apenas no futuro para que as mudanças aconteçam, deixando o passado enterrado, apenas como conhecimento a ser propagado.
Para ele, é importante que além de ser conhecida e propagada, a história seja analisada e retomada, para que os resultados sejam diferentes e um novo fim seja estabelecido.
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