A avassaladora presença da tecnologia no nosso cotidiano está gerando verbos há pouco impensáveis. Consultar o Google, por exemplo, é googlar. Como se conjuga? "Eu googlo, tu googlas, ele googla". Estou sabendo também que publicar algo na internet — o contrário de "baixar"— é "upar". Com isso, lá vamos nós de novo: "Eu upo, tu upas, ele upa". Donde, "Upei minha dissertação de mestrado. Pode googlar que você acessa". Parece difícil de pronunciar comendo farofa.
Mais sofisticado é "shipar", que, segundo informação de cocheira, vem de "relationship", relação em inglês, e significa apoiar ou torcer por uma relação entre duas pessoas: "Estou shipando a Julia e o Thiago". Mas, atenção: nada impede que, alguns minutos antes da publicação desta coluna, "shipar" tenha sido abolido do jargão, assim como aconteceu com outros verbos que, por súbita falta de função, perderam o sentido.
É o caso de "blogar", criado no tempo em que os blogs dominavam o mundo e, por isso, incorporado em triunfo ao Aurélio. Quem diria que, em menos de dez anos, os blogs ficariam tão miseravelmente fora de moda que blogar seria um verbo morto? "Tuitar" também foi parar no Aurélio. Mas nada impede que, daqui a pouco, ninguém mais tuíte - apenas feicebuque ou instagrame.
O colunista do jornal Folha de S.Paulo Ruy Castro demonstra estar incomodado com as palavras em inglês da área de tecnologia que, usadas no Brasil, sofrem algumas transformações. De acordo com o escritor, o substantivo transforma-se em verbo em um processo de naturalização do termo. No texto, a linguagem comporta-se sobretudo com uma função. Assinale a alternativa que indica a função da linguagem predominante no trecho.
A) Conativa
B) Metalinguística
C) Referencial
D) Fática
E) Emotiva
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b
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