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3. Privatizações tornam necessidades básicas humanas em produtos
Grandes empresas gostariam de privatizar nossa água. Um economista do Citigroup se orgulhou: “Água, como uma série de ativos, será, em minha opinião, a mercadoria física mais importante, superando o petróleo, o cobre, as commodities agrícolas e os metais preciosos.”
Eles querem nossa terra. Tentativas de privatização foram feitas na administração de Reagan nos anos 1980 e pelo Congresso, controlado pelos republicanos, nos anos 1990. Em 2006, o presidente Bush propôs leiloar 300 mil hectares de floresta nacional em 41 estados. O caminho da prosperidade de Paul Ryan foi baseado em parte na proposta do republicano Jason Chaffetz’: “Eliminação do excesso de terras federais, Lei de 2011”, que iria leiloar milhões de hectares de terra no oeste da América.
Eles querem nossas cidades. Um especialista em privatizações disse ao Detroit Free Press que o dinheiro de verdade está em ações urbanas, como uma “fonte de receita”. Então, o recurso mais valioso de Detroit era a Water & Sewerage Department (DWSD, Departamento de Água e Esgoto), que garante 350 milhões de dólares aos bancos, mantendo a demanda. Bloomberg estima um preço de quase meio bilhão de dólares, em uma cidade na qual os donos de casa mal conseguem pagar pelos serviços de água.
E eles querem nossos corpos. Um quinto dos genomas humanos é propriedade privada através de patentes. Amostras de influenza e hepatite foram reivindicadas por laboratórios de universidades e corporações, e por causa disso os pesquisadores não podem usar formas patenteadas de vida para ajudar nas pesquisas sobre o câncer.
4. Sistema público fomenta uma classe média forte
Parte da mitologia do mercado livre é que os funcionários públicos e os trabalhadores sindicalizados são aproveitadores, desfrutando de benefícios que são negados aos trabalhadores do setor privado. Mas os fatos mostram que funcionários do governo e trabalhadores sindicalizados não são pagos em excesso. De acordo com o Census Bureau, funcionários estaduais e municipais compõem 14,5% da classe trabalhadora dos Estados Unidos e recebem 14,3% da remuneração total. Membros de sindicatos representam aproximadamente 12% da classe trabalhadora, mas seus salários correspondem a apenas 10% da renda bruta, conforme relatado pelo IRS.
O trabalhador do setor privado recebe aproximadamente o mesmo salário que o funcionário estadual ou municipal. Mas o salário médio para trabalhadores dos Estados Unidos, dos quais 83% estão no setor privado, foi 18 mil dólares menor em 2009, com 26.261 dólares. A desigualdade é muito mais difundida no setor privado.
5. O setor privado tem incentivos para falhar ou absolutamente incentivo nenhum
A predisposição para falhar mais óbvia é na indústria de prisões privadas. Alguém pode pensar que essa indústria possui o objetivo digno de reabilitar e esvaziar gradualmente as cadeias. Mas o negócio é muito bom. Com cada presidiário gerando até 40 mil dólares por ano em receitas, o número de presos em instalações privadas aumentou mais de 1.600% de 1990 a 2009, de 7 mil para mais de 125 mil. A Corrections Corporation of America (Corporação de Correções da América) se ofereceu recentemente para administrar o sistema de prisões em todos os estados, garantindo manter 90% das cadeias cheias.
Privatistas nem têm incentivos para manter a infraestrutura. David Cay Johnston descreve o estado de deterioração das bases estruturais da América, com redes negligenciadas pelos monopolistas industriais, que cortam gastos em vez de prestar manutenções. Enquanto isso, eles atingem margens de lucros de mais de 50%, oito vezes a média das corporações.
Quanto à segurança pública, os sinais de alerta para privatizações não regulamentadas estão se tornando mais claros e mais fatais. A fábrica de fertilizantes Texas, onde 14 pessoas foram mortas em uma explosão e incêndio, foi inspecionada pela Occupational Safety and Health Administration (OSHA, Administração de Segurança e Saúde de Profissionais) há mais de 25 anos. O Serviço Florestal dos Estados Unidos, marcado pelo incêndio em Prescott, no Arizona, que matou 19 pessoas, foi forçado a cortar 500 bombeiros por causa dos confiscos. O desastre nos trilhos de Lac-Megantic, no Quebec, foi consequência da desregulamentação das ferrovias canadenses. No outro extremo está o setor público, e o Federal Emergency Management Agency (Fema, Agência Federal de Cuidados Emergenciais), que resgatou centenas de pessoas após o furacão Sandy enquanto providenciava alimentos e água a outros milhões.
A falta de incentive privado para a melhoria das condições humanas é evidente em todo o mundo. O World Hunger Education Service (Serviço Mundial de Educação sobre a Fome) afirma que “os sistemas econômicos nocivos são a principal causa de pobreza e fome.” De acordo com Nicholas Stern, o chefe economista do Banco Mundial, a mudança climática é “a maior falha de mercado que o mundo já viu.”