qual formação vegetal nativa predomina na cidade de Iquitos no peru?descreva suas principais características
Respostas
Resposta:
O termo Campinarana é geralmente aplicado a um tipo de vegetação que se
desenvolve sobre solos arenosos extremamente pobres (oligotróficos), na maioria dos casos
hidromórficos, e ricos em ácido húmico. Porém o termo engloba um complexo mosaico de
formações não florestais, porém não savânicas, com ocorrência esporádica, mas freqüente
em toda a região Amazônica (Pires, 1974; Pires & Prance, 1985; Richards, 1996).
Esse complexo está encravado no domínio das planícies terciárias de terra firme,
acima do nível das planícies alagáveis, nas depressões do relevo tabular onde desenvolvem
solos mal drenados, com horizonte C impermeável, cimentoso e acinzentado (IBGE, 1991;
Veloso et al., 1976).
Esses habitats apresentam uma vegetação com subosque de porte baixo e
irregularmente aberto, densidade alta de árvores pequenas e finas, escassez de árvores
emergentes, lianas e epífitas, abundância de elementos com esclerofilia pronunciada, folhas
esclerófilas perenes e pequenas, com aparência xeromófica, e valores baixos de
diversidade (Anderson, 1981; Medina et al., 1990; Richards, 1996). Em contraste com a
maioria das florestas Amazônicas, além da pobreza de espécies vegetais, essa vegetação
exibe uma tendência pronunciada de dominância por uma ou poucas espécies (Anderson
1981).
Outra característica distintiva é a presença de uma rede espessa, compacta e flexível
de raízes finas sobre o solo, que em alguns casos pode apresentar até um metro de
espessura. Comparada com as florestas crescendo em outros tipos de solo, essa vegetação
apresenta uma proporção muito maior de raízes finas na fitomassa (Klinge & Herrera, 1978),
e utiliza a própria matéria orgânica que deposita no ambiente, como fonte de nutrientes.
Esse acúmulo pouco usual de matéria orgânica em um solo tropical úmido, pode
ocorrer em decorrência, i) da acidez do solo promovida por ácidos húmicos, ii) do acúmulo
de compostos tóxicos e qualidade nutricional baixa da serapilheira, iii) da taxa baixa de
decomposição, e iv) da remoção de nutrientes protéicos por complexos fenólicos originados
nos compostos secundários produzidos pelas plantas, especialmente fenóis e taninos,
conforme Janzen (1974).
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