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No Brasil, todos os autores e professores que discordaram das posições de Dussel passaram a criticar a filosofia da libertação monoliticamente. Os marxistas, por exemplo, criticavam o emprego da categoria povo e não aceitavam a crítica esquemática que Dussel fazia a Marx. Por isso combateram a filosofia da libertação. Tais pessoas jamais conheceram as elaborações de Cerutti, que já fazia críticas à filosofia da libertação desde 1979 a partir de uma posição marxista, que analisava as vertentes da filosofia da libertação, destacando a importância da vertente que trabalhava com o instrumental dialético do marxismo e que recuperava teses de Freud. Houve, desde o princípio, uma vertente da filosofia da libertação que jamais abdicou do marxismo, contrariamente a outras que criticavam o marxismo. Mas aqui, entre nós, essas elaborações não chegaram, e muitos marxistas brasileiros criticavam a filosofia da libertação de Dussel, não sabendo que Dussel já se tornara marxólogo. Curiosamente, os quatro volumes de estudos feitos por Dussel sobre Marx não foram traduzidos - trabalhos em que Dussel analisa e comenta textos originais de Marx, parágrafo a parágrafo, analisando a posição dos diversos comentadores a respeito, para explicitar sua própria posição na compreensão de Marx. Podemos criticar a análise que ele faz,; mas o estudo, por ele feito, aqui não chegou. Assim, marxistas aqui criticavam a filosofia da libertação, porque somente Dussel foi difundido - e não toda a sua obra, mas apenas a primeira parte elaborada entre o final dos anos 60 a meados de 70.
Esse é o primeiro problema. A alternativa para enfrentar isso é a constituição de uma rede de pesquisadores; rede essa que nós estamos promovendo e consolidando no país, hoje.
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