Texto para a questão.
A moça com o talhe languidamente recostado no espaldar da cadeira, a fronte reclinada, os olhos coalhados em uma ternura maviosa, escutava as falas de seu marido; toda ela se embebia dos eflúvios de amor, de que ele a repassava com a palavra ardente, o olhar rendido e o gesto apaixonado.
— É verdade então que me ama?
— Pois duvida, Aurélia?
— E amou-me sempre, desde o primeiro dia que nos vimos?
— Não lho disse já?
— Então nunca amou a outra?
— Eu lhe juro, Aurélia. Estes lábios nunca tocaram a face de outra mulher que não fosse a minha mãe. O meu primeiro beijo de amor, guardei-o para minha esposa, para ti…
Soerguendo-se para alcançar-lhe a face, não viu Seixas a súbita mutação que se havia operado na fisionomia de sua noiva. Aurélia estava lívida e a sua beleza, radiante há pouco, se marmorizava.
— Ou de outra mais rica!… — disse ela retraindo-se para fugir ao beijo do marido e afastando-o com a ponta dos dedos.
A voz da moça tomara o timbre cristalino, eco da rispidez e aspereza do sentimento que lhe sublevava o seio e que parecia ringir-lhe nos lábios como aço.
ALENCAR, José. Senhora. São Paulo: Melhoramentos, 2013.
A leitura atenta do trecho de Senhora nos permite dizer que, de acordo com os modos de organização discursiva, trata-se de um texto
A
teatral.
B
poético.
C
injuntivo.
D
narrativo.
E
argumentativo.
Respostas
respondido por:
2
Resposta:
Alternativa D
Explicação:
pois podemos perceber a narração no trecho:ou de outra mais rica disse ela, onde observamos claramente um termo usado em narrações
ericsecsil:
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