Autopsicografia
Fernando Pessoa
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração.
a) Na primeira estrofe da poesia, Fernando Pessoa trabalha com um jogo de palavras. Quais são essas palavras? Qual a ideia que o autor nos transmite?
b) Na segunda estrofe temos vários verbos, alguns no singular, outros no plural (leem, escreve, sentem, teve, têm). Interprete os vários sujeitos, substituindo os pronomes por substantivos.
Se puderem me ajudar agradeço.
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No poema "Autopsicografia", na primeira estrofe, Fernando Pessoa inventa sentidos ao embaralhar os termos "fingir" e "dor", pretendendo desmitificar a criação poética.
Na segunda estrofe, a substituição poderia ficar da seguinte forma: "os" por "pessoas", "ele" por "Tiago", e "eles" por "homens".
Recursos utilizados no poema
Analisando o virtuoso poema Autopsicografia, conclui-se que:
- a) Fernando Pessoa constrói, na estrutura dos versos da primeira estrofe, um rico "quebra-cabeça" de sons e sentidos com as palavras "fingir" e "dor", para enfatizar seu argumento: o processo criativo do poeta. As formas usadas são: fingidor, finge, fingir e dor.
Essa é a ideia central do poema. Pessoa quer explicar que esse fingimento dos sentimentos é a matéria-prima do poeta.
- b) Na segunda estrofe, a substituição dos pronomes "os", "ele" e "eles", por substantivos pode ficar assim:
"E pessoas que leem o que escreve"
"Não as duas que Tiago teve"
"Mas só as que homens não tem"
Essa substituição é feita através da análise sintática, matéria que estuda a função das palavras em uma frase.
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