indique a diferença do papel social e literário da mulher presente nas obras românticas e nas realistas.
Respostas
Na literatura romântica, a mulher era idealizada na ótica dos princípios cristãos. O sentimentalismo dessa corrente trabalhava na intensidade desse amor idealizado, ou na visão da mulher "virgem", como, além de uma forma de apreço, também representar que o personagem ou autor nunca conseguiu tocá-la. Além disso, a figura feminina era geralmente posta em duas temáticas: ou a mulher angelical, que possuía as virtudes e os princípios castos, além de submissa e servil, ou a mulher demoníaca, que seduz o homem e o leva à perdição (associação à maçã do pecado, que representa que o homem não é culpado de sua paixão, mas sim a mulher de o "enfeitiçar"). Porém, normalmente é mais comum a visão do amor idealizado, e menos desse amor demoníaco, que arrasta o personagem/eu lírico para um abismo de pecado e de sombras.
Já no realismo, a mulher adquire mais personalidade, e, dotada de racionalidade (contraposição: no romantismo eram sentimentos puros), busca, diversas vezes, se sobressair a uma determinada situação. Nisso estão inclusos: casamentos por dinheiro, traições, humilhações, hipocrisias, ostentações etc. Mesmo que a mulher passe a ser vista nesse viés racionalista (que também incluía os homens), essa situação atribui a ela diferentes personalidades, bem distantes das mulheres idealizadas do romantismo. No Brasil, um dos inícios desse tipo de criação feminina foi com a obra Senhora, de José de Alencar, em que a Aurélia, um pouco distante da "idealização feminina", começa a ganhar personalidade, orgulho, vaidade e outras características vistas mais no Realismo, o que a aproxima mais de um ser humano com seus defeitos.