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O Império do Brasil[3] (denominado pela historiografia também como Brasil Império, Brasil Imperial ou Brasil Monárquico) foi um Estado que existiu no século XIX e que compreendia, aproximadamente, o território que forma o Brasil e o Uruguai atuais. Seu governo era uma monarquia constitucional parlamentar representativa, tendo tido como imperadores D. Pedro I e seu filho, D. Pedro II. De uma colônia do Reino de Portugal, o Brasil tornou-se a sede do Império Português em 1808, quando o então Príncipe Regente de Portugal, D. João VI, reagiu à invasão napoleônica de Portugal estabelecendo a si mesmo e seu governo no Rio de Janeiro. João VI, em decorrência da Revolução do Porto, retornou a Portugal em 1821, deixando seu filho e herdeiro, Pedro, para governar o Reino do Brasil como regente. Em 7 de setembro de 1822, Pedro proclamou a independência do Brasil e, após liderar uma guerra bem-sucedida contra o reino de seu pai, foi aclamado em 12 de outubro do mesmo ano como Pedro I, primeiro imperador do Brasil, país vasto, etnicamente diverso, porém pouco povoado.
Ao contrário das repúblicas vizinhas hispano-americanas, o Brasil adquiriu estabilidade política, crescimento econômico consistente, liberdade de expressão garantida pela constituição, e respeito pelos direitos de seus súditos, embora com restrições a escravos, sendo estes reconhecidos como propriedades e não cidadãos. O parlamento bicameral do império era eleito de forma relativamente democrática para a época, assim como as legislaturas provinciais e locais. Devido a isso, surgiu uma longa divergência ideológica entre Pedro I e uma considerável porção do parlamento sobre o papel do monarca no governo. Além disso, a mal-sucedida Guerra da Cisplatina contra as Províncias Unidas do Rio da Prata em 1828 levou à secessão da província da Cisplatina (atual Uruguai). Em 1826, apesar de seu papel da independência do Brasil, Pedro I tornou-se rei de Portugal, abdicando imediatamente em favor de sua filha mais velha. Dois anos depois, Maria II teve o trono usurpado pelo irmão mais novo de Pedro I, Miguel. Incapaz de lidar simultaneamente com os problemas do Brasil e de Portugal, Pedro I abdicou ao trono brasileiro em 7 de abril de 1831 e imediatamente partiu para a Europa para restaurar sua filha ao trono português.
O sucessor de Pedro I no Brasil foi seu filho de apenas cinco anos, Pedro II. Sendo ele ainda menor de idade, foi instalada uma regência. O vazio de poder resultante da falta de um monarca ativo como árbitro decisivo das questões políticas levou a uma série de guerras civis regionais entre facções locais. Tendo herdado um império no limiar da desintegração, Pedro II, quando aclamado imperador, conseguiu pacificar e estabilizar o país, que viria a tornar-se uma potência emergente internacional. Sob o reinado de Pedro II, o Brasil foi vitorioso em três conflitos internacionais (a Guerra do Prata, a Guerra do Uruguai e a Guerra do Paraguai) e o império prevaleceu em vários outros conflitos e disputas internacionais e crises internas. Junto à prosperidade e ao desenvolvimento surgiu um fluxo de imigração europeia, incluindo protestantes e judeus, embora o Brasil tenha continuado maciçamente católico. A escravidão, fortemente difundida, foi restringida por sucessivas reformas até sua abolição em 1888. As artes visuais, a literatura e o teatro afloraram neste período. Embora muito influenciados por estilos europeus que variavam do neoclassicismo ao romantismo, cada conceito era adaptado para criar uma cultura genuinamente brasileira.
Embora as quatro últimas décadas do reinado de Pedro II tenham sido um período de paz consistente e prosperidade econômica, ele não desejava ver a monarquia sobreviver além do seu tempo de vida e não se importou em arregimentar apoio para a preservação do sistema. A próxima na linha sucessória era a sua filha Isabel, mas nem Pedro II nem a elite política consideravam uma mulher no trono aceitável. Na falta de um herdeiro viável, a elite política em geral tornou-se indiferente à monarquia. Após um reinado de 58 anos, em 15 de novembro de 1889, Pedro II foi deposto por um repentino golpe de Estado liderado por uma facção de líderes militares e civis cujo propósito era a formação de uma república presidencialista.