• Matéria: Geografia
  • Autor: juliaalmeida03318
  • Perguntado 6 anos atrás

O que é a Divisão Internacional de Trabalho,e como ela pode explicar o atraso de alguns países em relação aos outros?

Respostas

respondido por: angelikajau
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Resposta:

Ao longo dos anos 1990 afirmou-se entre diversos países em desenvolvimento (PD) especialmente na América Latina, a proposição defendida por Gary Becker (1985) de que a melhor política industrial - entendida como o conjunto de políticas seletivas visando à promoção de setores ou atividades econômicas estratégicas - é não ter política industrial (Wade, 2015). Tal proposição encontrava amplo respaldo nos documentos do Banco Mundial sobre o grande contraste entre a América Latina e os países do Sudeste Asiático nos anos 1990. Esta interpretação recebeu contundentes críticas de historiadores, sociólogos e economistas a partir das análises como as de Chalmers Johnson (1982), Robert Wade (1990), Ha-Joon Chang (1994) e Alice Amsden (1989), evidenciando que as economias dinâmicas da Ásia desenvolveram capacitações tecnológicas em setores e atividades distantes de suas dotações de fatores através de dinâmicos sistemas nacionais de inovação (SNI) (Freeman, 1995; Lundval; 1992, Nelson, 1993). Entretanto, a crise asiática de 1997 renovou a crítica liberal à política industrial associada ao protecionismo e ao favoritismo deslocando o eixo propositivo para a reforma das instituições.

A despeito deste ataque político e ideológico a política industrial seguiu presente nas últimas décadas (ainda que muitas vezes de forma ‘escondida’) entre diversas economias asiáticas e entre os países industrializados elas ganharam particular alento sobretudo a partir de 2008 particularmente nos EUA e na Alemanha. Ao mesmo tempo e em reação à expansão comercial chinesa, os EUA realizaram ampla ofensiva comercial através de acordos bilaterais e multilaterais de investimento reforçando no plano doutrinário a crítica à política industrial que aberta ou veladamente começou a se expandir pós-2008.

Entretanto, não apenas a crítica da política industrial advinda dos defensores do livre comércio veio se afirmando nos últimos anos. Duas outras críticas têm sido dirigidas contra a “velha” política industrial. A primeira se coloca no plano microeconômico e institucional sustentando a proposição de que ter-se-ia afirmado na economia global um “capitalismo de alianças” (Dunning, 1997; Baldwin, 2011) baseado na cooperação entre as firmas e os governos. Nesta formulação, que tem como base o comércio entre firmas articuladas em cadeias globais de valor (CGV) lideradas por Empresas Transnacionais (ETN), a política seletiva e de promoção de firmas nacionais teria perdido eficácia econômica e a criação de políticas facilitadoras a uma industrialização verticalmente especializada (IVE) através de ‘engate’ nas CGV torna-se a estratégia mais adequada e mais rápida de acercamento tecnológico. Ao lado desta perspectiva outros autores próximos ao mainstream acadêmico inclusive no Banco Mundial como Justin Lin (Lin & Chang, 2009) reconheceram nos últimos anos a importância de uma nova política industrial através de instrumentos e metas distintos da “velha política industrial” (Chang & Andreoni, 2016) e sob muitos ângulos convergente com a abordagem do “capitalismo de alianças”.

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