China, a Indonésia e as Filipinas são as nações que mais jogam lixo nos
oceanos, com até 3,5 milhões de toneladas de plásticos por ano. Esses três países também aparecem nos primeiros lugares de outro estudo, realizado pela ONG americana Ocean Conservancy. Ao lado da Tailândia e do Vietnã, são responsáveis pelo descarte de 60% dos resíduos plásticos encontrados nos mares do mundo.
Qual a relação estabelecida pelo texto entre resíduos sólidos (Lixo) e a
pandemia de coronavírus:
Respostas
Resposta:
Os humanos estão recolhidos e amedrontados. A economia preocupa e há quem diga que o ‘day after’ será mais difícil que o dia de hoje. Digladiam-se, ao invés de convergir, os que defendem a proteção da vida (isolamento social, redução de atividades) e os que defendem a proteção da economia (continuidade das atividades econômicas, proteção do emprego e da renda, proteção do trabalhador informal). Os cientistas buscam a origem da epidemia, vacinas que evitem e remédios que curem a doença: uma febre, mal estar, tosse seca que pode evoluir para uma séria pneumonia, bloqueio dos pulmões e morte por insuficiência respiratória. A doença é transmitida por contato pessoal, de pessoa a pessoa; e a rapidez com que se espalhou pelo planeta, país a país, e com que contaminou em poucos dias boa parte da população, surpreende.
Qual a relação da Covid-19 com o meio ambiente? Não tenho em mãos estudos científicos, trabalhos acadêmicos ou o necessário distanciamento, no tempo e no espaço, para um artigo de maior profundidade; mas não custa tentar entender algo do que aconteceu e do que pode acontecer a partir das entrevistas, das publicações e da incessante atividade de estudiosos e jornalistas conscientes. Este artigo não tem pretensão científica; é apenas uma colocação inicial do tema, uma reflexão nestes tempos pandêmicos.
A Covid-19 é causada por um vírus: os únicos organismos acelulares da Terra, seres muito simples e pequenos formados por uma cápsula proteica envolvendo o material genético. O nome vem do latim ‘virus’ (fluído venenoso ou toxina) e designa os vírus biológicos e, metaforicamente, qualquer coisa que se reproduza de forma parasitária. Não são células: o vírus é uma partícula sem metabolismo próprio que, para executar seu ciclo de vida, busca um ambiente que tenha o que lhe falta. Esse ambiente é o interior de uma célula que efetuará a síntese da proteína do vírus e, simultaneamente, fará a multiplicação do material genético viral; por isso são parasitas obrigatórios do interior celular, pois se reproduzem pela invasão e controle da máquina de reprodução celular. O vírus muitas vezes adere à parede da célula e ‘injeta’ o seu material genético como uma seringa, ou então entra por englobamento em que a célula ‘engole’ o vírus e o introduz no seu interior. A reprodução ocorre de duas maneiras: o vírus invade e assume o controle da célula, produz novos vírus, a célula se rompe e libera os vírus produzidos, que invadirão outras células (ciclo lítico); ou então, após a invasão o DNA viral incorpora-se ao DNA da célula infectada que continua suas operações normais; o material genético do vírus é duplicado nas células-filhas a cada mitose, causando doenças que tendem a ser incuráveis, como a AIDS (ciclo lisogênico)1.
Os coronavírus são um grupo de vírus conhecido dos humanos desde a década de 1960, causa comum de infecções respiratórias brandas a graves de curta duração; nesse grupo estão os vírus SARSr-CoV, que causa a síndrome respiratória aguda grave (SARS), que apareceu em 2002 na China e se espalhou rapidamente para mais de doze países na América do Norte, América do Sul, Europa e Ásia, infectando mais de 8.000 pessoas com aproximadamente oitocentas mortes, e SARS-Cov-2, que causa a Covid-19, a atual pandemia2 que até 26-3-2020 atingiu pelo menos 510.000 pessoas em mais de 200 países e territórios, com grande surto na China continental, Itália, Estados Unidos, Espanha e Alemanha, com aproximadamente 15.000 mortes3. Transmite-se de pessoa a pessoa com enorme rapidez, mas não é um vírus resistente: cede à água e sabão, a medida comuns de higiene e não sobrevive muito tempo se não for absorvido por outra pessoa.
A hipótese mais provável é ter origem em morcegos (que não adoecem dele, por causa de seu especial metabolismo), daí passou para o pangolim (uma espécie africana, que lembra o nosso tatu, procurado na China pelo sabor da carne e por ditas propriedades medicinais) (fala-se nele, pois os estudos indicam que a Covid-19 é 99% igual ao vírus do pangolim), e dele para os humanos. Essa tripla passagem é rara, pois o curto espaço de vida do vírus exige que os três animais: o morcego, o pangolim e o humano, estejam junto no mesmo tempo e lugar. Aí entra o mercado de Wuhan, onde animais vivos, domésticos e selvagens de todo o mundo, ficam empilhados em engradados, um em cima do outro, de modo que os debaixo recebem os resíduos dos que estão em cima (fezes, urina, sangue, pus, seja o que for) e assim se contaminam, se algum acima carregar o vírus; e dali são comprados e consumidos por humanos4. O período em que o humano é assintomático e a facilidade da transmissão explica a rápida expansão da epidemia.