• Matéria: Português
  • Autor: tavruf
  • Perguntado 6 anos atrás

Uma indignação, uma raiva cheia de desprezo crescia dentro do peito de Vicente Lemes à proporção que ia lendo os autos. Um homem rico como Clemente Chapadense e sua viúva apresentando a inventário tão somente a casinha do povoado! Veja se tinha cabimento! E as duzentas e tantas cabeças de gado, gente? E os dois sítios no município onde ficaram, onde ficaram? Ora bolas! Todo mundo sabia da existência desses trens que estavam sendo ocultados.

Ainda se fossem bens de pequeno valor, vá lá, que inventário nunca arrola tudo. Tem muita coisa que fica por fora. Mas naquele caso, não. Eram dois sítios, duzentas e tantas reses, cuja existência andava no conhecimento dos habitantes da região. A vila inteira, embora ninguém nada dissesse claramente, estava de olhos abertos assuntando se tais bens entrariam ou não entrariam no inventário.

Lugar pequeno, ah, lugar pequeno, em que cada um vive vigiando o outro!

Pela segunda vez Vicente Lemes lavrou o seu despacho, exigindo que o inventariante completasse o rol de bens, sob pena de a Coletoria Estadual o fazer.

Aí, como quem tira um peso da consciência, levantou-se do tamborete e chegou à janela que dava para o Largo, lançando uma olhadela para a casa onde funcionava o Cartório. Calma, a vila constituída pelo conjunto de casas do Largo.

ÉLIS, Bernardo. O tronco.

(Fuvest-SP) Com quatro frases simples, dê a sequência das ações praticadas por Vicente Lemes na situação apresentada no texto.

Respostas

respondido por: rafaelaalvesvioz635v
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Resposta: As ações de Vicente Lemes são: Ele lê os autos. Ele lavra o despacho pela segunda vez. Ele se levanta do tamborete. Ele olha pela janela.

Explicação:

respondido por: williamcanellas
0

Vicente Lemes pegou o papel. Começou a redigir um novo inventário. Nesse documento coloca todos os bens. Deixou tudo bem registrado, colocando, inclusive, as duzentas e tantas cabeças de gado, e os dois sítios.

Obra - O tronco, de Bernardo Élis

O tronco publicado em 1956 demonstra a importância da literatura na reconstrução da sociedade, revelando as dificuldades e tragédias de um povo que sente na pele as desigualdades vivida.

A obra tem caráter reivindicatório, trazendo  a realidade de violência e intolerância vivida pelo Goiás sertanejo do início do século XX .

Um pouco sobre o autor:

  • Bernardo Élis Fleury, nasceu em 15 de novembro de 1915 em Goiás, foi professor, advogado, contista, poeta e romancista. Faleceu no dia 30 de novembro de 1997 em sua cidade natal.
  • Ingressou na atividade pública em 1936, como escrivão da Delegacia de Polícia na cidade de Anápolis - GO.
  • Atuou, desde 1934, em diversos encontros literários do Brasil central, por meio de poesias e/ou com colaborações de teor modernista para os jornais de Goiânia.
  • Foi também, professor e vice-diretor do Centro de Estudos Brasileiros da Universidade Federal de Goiás e em muitos cursos preparatórios para os vestibulares das universidades.
  • Recebeu prêmios literários como: Prêmio Jabuti e Prêmio José Lins do Rego (1965) e da Câmara Brasileira do Livro - CBL (1966), com o livro de contos Veranico de janeiro.

Veja mais sobre Bernardo Élis em:

https://brainly.com.br/tarefa/23254155

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