De acordo com o texto, Segurança alimentar: o desafio de garantir alimentos saudáveis para as futuras gerações, é possível aumentar a produção de alimentos no Brasil? Explique.
Respostas
Resposta:sim
Explicação:
Brasília – É difícil imaginar uma meta mais importante do que garantir alimentos para toda a população mundial, projetada para ultrapassar os 9 bilhões de pessoas em 2050. O aumento no número de habitantes do planeta exigirá que a produção agrícola seja aproximadamente duas vezes maior que a atual. E o desafio fica ainda mais complicado quando se busca aliar a ampliação das lavouras com a preservação ambiental, outra medida fundamental para garantir a existência humana.
Propor formas de impulsionar o progresso nos campos sem destruir a natureza é o objetivo de um relatório recém-lançado pelo Climate Focus and California Environmental Associates, consultoria norte-americana na área ambiental. O documento destaca 12 estratégias-chave (veja quadro) para garantir a segurança alimentar e a estabilidade econômica sem prejudicar os ecossistemas ou o clima – as medidas, dizem os especialistas, poderiam reduzir as emissões de gás carbônico em mais de 5t por ano até 2030.
A matemática não é simples porque, embora o desenvolvimento econômico seja acompanhado de poluição, ele é também seguido de redução da pobreza. Aproximadamente dois terços da demanda global de alimentos nas próximas décadas, por exemplo, virão da África Sub-Saariana e do Sul asiático. Os países dessas regiões devem crescer até 70% nos próximos 36 anos, exigindo maior investimento em biocombustíveis e ração, artigos que impulsionam o avanço rápido das culturas de milho e cana-de-açúcar.
Movimentos como esse podem implicar o desmatamento de áreas verdes para dar lugar ao agronegócio, setor que, hoje, emprega 2,6 bilhões de pessoas no mundo e gera de 20% a 60% da receita bruta do produto interno de países em desenvolvimento.
Mas o documento oferece uma fresta de esperança ao propor medidas como a redução do desperdício de alimentos, uma melhor gestão de nutrientes nas plantações e a diminuição do consumo de carne bovina.
Charlotte Streck, coautora do estudo, aponta que 96% da grama ingerida pelo gado é convertida em metano, enquanto apenas 4% vira carne. “As vacas são animais extremamente ineficientes porque acabam poluindo mais do que produzem. Devemos, então, investir em carne branca, como a de frango e a de peixe. Eu sei que essa alternativa é difícil para os brasileiros, porque vocês possuem uma cultura voltada para o consumo da carne vermelha, mas vale evitar esse tipo de proteína pelo menos três vezes na semana. Além de ajudar o meio ambiente, você melhora sua saúde”, prega.