• Matéria: ENEM
  • Autor: aliagaromerokarla
  • Perguntado 6 anos atrás

(UEPG – PR) Neste texto, Ruy Castro se transporta no tempo e se vê como um jornalista a noticiar a chegada da Família Real ao Rio de Janeiro, ocorrida há 200 anos.


É hoje!

Rio de Janeiro. O príncipe regente dom João desembarca hoje no Rio com sua família e um enorme séquito de nobres, funcionários, aderentes e criados. Precisou que Napoleão botasse suas tropas nos calcanhares da Corte para que esta fizesse o que há cem anos lhe vinha sendo sugerido: transferir-se para o Brasil.

Não se sabe o que, a médio prazo, isso representará para a metrópole. Mas, para a desde já ex-colônia, será supimpa. Porque, a partir de agora, ela será a metrópole. E, para estar à altura de suas novas funções, terá de passar por uma reforma em regra – não apenas cosmética, para receber o corpo diplomático, o comércio internacional e os grã-finos de toda parte. Mas, principalmente, estrutural. Afinal, é um completo arcabouço administrativo que se está mudando.

Para cá virão os ministérios, as secretarias, as intendências, as representações e a burocracia em geral. Papéis sem conta serão despachados entre esses serviços, o que exigirá uma superfrota de estafetas [mensageiros]. A produção de lacre para documentos terá de decuplicar. O Brasil importará papel, tinta e mata-borrões em quantidade, mas as penas talvez possam ser fabricadas aqui, colhidas dos traseiros das aves locais.

Estima-se que, do Reino, chegarão 15 mil pessoas nos próximos meses. Será um tremendo impacto numa cidade de 60 mil habitantes. Provocará mudanças na moradia, na alimentação, nos transportes, no vestuário, nas finanças, na medicina, no ensino, na língua. Com a criação da Imprensa Régia, virão os jornais. O regente mandará trazer sua biblioteca. Da escrita e da leitura, brotarão as ideias.

Até hoje, na história do mundo, nunca a sede de um império colonial se transferiu para sua própria colônia. É um feito inédito – digno de Portugal. E que pode não se repetir nunca mais.

(Ruy Castro. "Folha de S. Paulo", 08/03/2008)

O texto de Ruy Castro apresenta algumas mudanças ocorridas na Colônia após a chegada da Família Real portuguesa ao Rio de Janeiro, as quais foram fundamentais para o processo da Independência.

A
a transferência do corpo diplomático, do comércio internacional e dos grã-finos, pois garantiu a formação de uma elite nacional interessada na autonomia.


B
um sensível crescimento da leitura e da escrita, com a criação da Imprensa Régia, os jornais, a biblioteca e o ensino, o que abriu espaço à formação e difusão de novas ideias.


C
a vinda de ministérios, secretarias e intendências, pois sem essa burocracia seria impossível a formação de uma nação.


D
a importação de papel, tinta e mata-borrões, sem os quais as aves não seriam utilizadas para o desenvolvimento de uma produção local.


E
as mudanças na moradia, na alimentação, nos transportes e no vestuário, pois favoreceram a formação de uma classe média crítica e transformadora.

Respostas

respondido por: Jakeman
62

Resposta: Alternativa b)

um sensível crescimento da leitura e da escrita, com a criação da Imprensa Régia, os jornais, a biblioteca e o ensino, o que abriu espaço à formação e difusão de novas ideias.


aliagaromerokarla: obrgd
respondido por: forschoolcheck
27

Resposta: Letra B. Um sensível crescimento da leitura e da escrita, com a criação da Imprensa Régia, os jornais, a biblioteca e o ensino, o que abriu espaço à formação e difusão de novas ideias.

Explicação: a atividade foi corrigida e avaliada como certa

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