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A concordância nominal trata especificamente da concordância de gênero e número que deve ocorrer entre um nome (o substantivo) e os outros termos da sentença que o modificam (adjetivos, artigos, pronomes e até mesmo numerais). Além dessa regra geral, há casos específicos que podem gerar muitas dúvidas, como o que ocorre com as expressões “é proibido”, “menos”, “anexo”, “meio” etc.
Como se dá a concordância nominal?
Em uma sentença, quando o substantivo é acompanhado por outros termos, é necessário que haja concordância entre eles, isto é, os termos que acompanham o substantivo devem estar de acordo com ele em gênero (masculino ou feminino) e em número (singular ou plural). A regra mais comum na língua portuguesa a respeito do gênero e do número dos substantivos é a de terminação das palavras de acordo com essas características:
Veja a frase a seguir:
Meu filho é bonito.
(pronome + substantivo + verbo + adjetivo)
Caso o substantivo da frase passe para o feminino, os termos que o acompanham terão que fazer a mesma transição para que haja concordância nominal. Veja:
Minha filha é bonita.
(pronome + substantivo + verbo + adjetivo)
O mesmo acontece se alterarmos o número do substantivo (do singular para o plural):
Minhas filhas são bonitas.
(pronome + substantivo + verbo + adjetivo)
O substantivo pode ser acompanhado por adjetivos, artigos, pronomes e até mesmo numerais. Esses termos devem estar de acordo com o gênero e o número do substantivo que eles acompanham. Bastante simples, certo?
Embora algumas palavras da língua portuguesa não sigam a terminação mais comum (-o, -a, -os, -as), a regra da concordância nominal tende a ser a mesma sempre: o gênero e o número do substantivo definem o gênero e o número dos termos que o modificam.
Casos específicos de concordância nominal
Há, no entanto, alguns casos específicos de concordância nominal que geram muitas dúvidas. Vamos entender melhor o que acontece em alguns deles.
A palavra “menos”
Por ser uma palavra invariável, “menos” sempre será escrito dessa forma, mesmo quando acompanhar um substantivo no feminino. A palavra “menas" não existe.
Ela tinha menos caixas do que ele.
A palavra “anexo”
Quando funciona como adjetivo, a palavra “anexo” (sem preposição) varia de acordo com o substantivo que acompanha:
O arquivo anexo contém o relatório elaborado.
A planilha anexa contém o relatório elaborado.
Os arquivos anexos contêm vários relatórios.
As planilhas anexas contêm vários relatórios.
Alguns gramáticos já aceitam a construção “em anexo”, esta sim permanecendo invariável. No entanto, ocorrem algumas adaptações:
No arquivo em anexo está o relatório elaborado.
Na planilha em anexo está o relatório elaborado.
Há vários relatórios nos arquivos em anexo.
Os relatórios estão nas planilhas em anexo.
A palavra “meio”
Quando a palavra “meio” possui função de adjetivo, ela deve concordar com o substantivo que qualifica:
Já passa de meio-dia e meia [hora].
Você é cheio de meias palavras.
Temos um milhão e meio [milhão] de votantes.
Tome cuidado para não confundir com o advérbio “meio”, que não flexiona:
A mulher está meio cansada. (“meio” altera o adjetivo “cansada”, e não o substantivo “mulher”, por isso exerce função de advérbio e é invariável)
Os termos “é necessário”, “é proibido” e suas variações
Quando se trata especificamente desses termos, os adjetivos deles podem ficar invariáveis se não houver artigo explicitando o gênero e o número do substantivo a que eles se referem:
É proibido entrada de animais.
É necessário sabedoria.
É permitido venda de mercadorias neste local.
No entanto, caso outros elementos acompanhem o substantivo, os adjetivos devem concordar em gênero e número:
É proibida a entrada de animais.
É necessária muita sabedoria.
É permitida a venda de mercadorias neste local.
Cores
A concordância envolvendo cores gera muitas dúvidas. Na regra geral, as cores devem concordar com o substantivo a que se referem, quando são variáveis:
A mochila é amarela.
Os lençóis são azuis.
Caso o nome da cor faça referência a um substantivo (laranja, rosa etc.), a cor é invariável.
As mochilas são laranja.
Os lençóis são rosa.
Quando o nome da cor é constituído de dois adjetivos (o segundo envolvendo tonalidades), costuma-se deixar o primeiro invariável na forma do masculino e o segundo fazendo a concordância:
A mochila é amarelo-clara.
Os lençóis são azul-escuros.
Porém, se o segundo adjetivo fizer referência a um substantivo, voltamos à regra da cor ser invariável.
As mochilas são verde-água.
Os lençóis são azul-celeste.