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Existem os chocalhos em fieiras (conjunto de objetos enfiados em linha, fio) e em recipientes fechados.
Os chocalhos em fieiras são feitos de frutos – normalmente nozes e cocos – caracol, cabaça, élitros, garras e cascos de animais (anta, veado, boi). São usados como braçadeiras, pulseiras, joelheiras, colares, tangas, tornozeleiras ou movimentados diretamente na mão.
Os chocalhos em recipientes fechados, dependendo da forma, podem ser classificados em globulares (forma esférica) e tubulares (forma alongada).
Os globulares são feitos de frutos – como o cuité (Crescentia cujete), a cabaça (Cucurbita lagenaria), o cupuaçu (Theobroma grandiflorum)–, ovos de ema, crânio de macaco, carapaça de filhote de tartaruga (encontrados em todas as tribos indígenas brasileiras), cerâmica e lança. Este último é confeccionado com uma vara de muirapiranga (pau-brasil), medindo de um a dois metros (ou mais), dividida em quatro partes: punho, lança, chocalho e ponta.
A utilização do chocalho globular está ligada às atividades mágico-religiosas e os de lança são usados, normalmente, em cerimônias de iniciação para os jovens.
Os tubulares são confeccionados de trançado de taquarinha (plantas da família das gramíneas), madeira ou bambu, contendo no seu interior sementes, seixos, dentes ou élitros, para a produção do som ao se chocar com a madeira.
Outro instrumento de percussão importante utilizado pelos índios brasileiros é o tambor. Pode ser feito com madeira (de tábua ou troncos escavados), carapaça de tartaruga, cerâmica, couro e pele de animais. Os tambores são instrumentos utilizados tanto para sinalização e comunicação, quanto em festas e cerimônias sociais e religiosas.
Os bastões de ritmo, feitos de bambu ou madeira, servem para produzir o som nos tambores. Os confeccionados com bambu são mais toscos e alguns trazem, no seu interior, materiais que causam maior efeito sonoro.
Os índios Makuxi costumam colocar chocalhos em fieira em volta dos seus bastões. Os confeccionados pelos Tikuna, chamado de Dopa, trazem sempre figuras de animais ou humanas neles esculpidas.
Os instrumentos de sopro, como pios, apitos, buzinas, trombetas e flautas, produzem som pela introdução de ar em tubos e cavidades. São feitos de folhas retorcidas, frutos, troncos, bambu, ossos, cabaça, cerâmica, chifre e carapaça de animais.
Os pios, também chamados de chamariz, são utilizados para a caça e feitos de bambu, madeira, frutos, cerâmica, caracol (carapaça) ou crânios de pequenos animais. Os índios conseguem produzir com eles sons com timbres bem agradáveis.
Os apitos são objetos pequenos, feitos de material perecível ou durável: folhas de palmeira, bambu, madeira, frutos, chifre e osso de animais.
As buzinas, confeccionadas com conchas, caudas de tatu, bambu, cabaça, cerâmica, madeira, chifre de boi e de carneiro, serve basicamente para a comunicação, fato observado e registrado entre os índios brasileiros desde a carta de Pero Vaz de Caminha, em 1500.
As trombetas, instrumentos maiores e de forma alongada, são feitas de troncos de palmeira, cascas de vegetais, trançado de taquara, madeira e bambu. Há ainda trombetas de cabaça e de chifre de animais. Os índios Juruna, originários da região do Xingu, possuem trombetas de guerra tem têm como caixa de ressonância um crânio humano.
As flautas, em princípio instrumentos constituídos por um tubo aberto em uma ou em ambas as extremidades, são feitas de bambu, madeira e osso, como fêmur de onças, tíbia de veados, cervos, alces, asas de jaburu, clavículas. São encontrados registros sobre flautas de osso desde o período colonial. Há ainda as flautas nasais, acionadas pelo nariz, que tanto podem ter uma forma reta quanto arredondada, quando confeccionadas com dois pedaços de cabaça unidas com cera.
A flauta Pã, encontrada em diversas tribos brasileiras, pode ter até 25 tubos e é normalmente feita com bambu.
O zunidore é um instrumento que emite som pelo deslocamento do ar atmosférico, em consequência de objetos em movimento. É utilizado para a comunicação entre os índios, mas também em manifestações religiosas por algumas tribos, a exemplo dos índios Borôro, que a consideram um animal aquático e, por isso, a guardam mergulhada em pântanos e rios.
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