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evolução
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"Globalismo" é simplesmente um "slogan político", diz à BBC News Brasil, por e-mail, o cientista político americano Joseph Nye, professor de Relações Internacionais em Harvard e um dos pais do conceito de "soft power" (poder brando, ou a capacidade de um país de influenciar decisões por seu poder de persuasão, em contraposição a seu poder militar).
Mas o que "globalismo", como slogan político, quer dizer?
O termo "tem sido usado por líderes nacionalistas-populistas para condenar elites envolvidas em negócios globais, como comércio e instituições internacionais", define Nye.
Esses líderes também se referem à "falta de soberania nacional" sobre questões particulares, como imigração e comércio, diz Heidi Tworek, professora de História Internacional da Universidade de British Columbia, no Canadá.
Para Blommaert, a palavra, como é usada agora, tem três significados: os antiglobalistas são contrários à imigração e à diversidade ("os debates contra a imigração evitam a palavra 'racismo' e a substituem por 'antiglobalismo'", diz), à governança transnacional e, por fim, se opõem também à esquerda ("ela é culpabilizada pela imigração, pela diversidade, a ascensão das mulheres - o que seria uma perda das 'tradições culturais' e valores - e pela construção de um sistema de governança transnacional").
Por outro lado, as queixas dos líderes de direita contra o "globalismo" podem ter alguma razão, reconhece Gideon Rachman, colunista do jornal britânico Financial Times . Para ele, o uso do termo com esses significados talvez esteja ligado à crise financeira mundial de 2008.
"Naquela época, a percepção era de que algo havia dado errado com o 'projeto de globalização'. Havia descontentamento, uma estagnação na Europa e nos Estados Unidos, e o sentimento de que as pessoas que haviam criado o sistema eram as que haviam perdido menos." Então, diz ele, Trump e outros capitalizaram sobre isso.
Ou seja, se antes a globalização era vista como um processo econômico e tecnológico, um grupo de pessoas passou a defender que, por trás do fenômeno, havia uma ideologia - o "globalismo".
"Dizem que (o globalismo) não era inevitável, não era neutro e é algo que pode ser combatido", afirma Rachman.
E ele concorda: "O mundo globalizado ao qual nos acostumamos foi resultado de decisões conscientes. As ideias não podem ser vistas como puramente tecnocráticas e divorciadas da política. Podem ter acreditado que era técnico, em grande parte, mas havia conteúdo político, sim".