Respostas
Resposta:
Uma quarentena que atinge mais de 50 milhões de pessoas. É algo sem precedentes o que está acontecendo na China devido à epidemia de coronavírus, elevada à condição de emergência mundial pela Organização Mundial de Saúde. O número é espantoso, mas é preciso pensar nas dimensões da população e do território chineses. "O país tem mais de 1 bilhão de pessoas em seu território e, em sua capital, Pequim, são mais de 21 milhões. Portanto, o que estamos vendo é algo proporcional ao seu contingente populacional", explica a médica Dilene Raimundo Nascimento, pesquisadora da Casa de Oswaldo Cruz, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), no Rio de Janeiro. O confinamento de doentes para enfermidades infectocontagiosas é uma prática antiga. A estratégia foi usada largamente em casos de hanseníanse e tuberculose, por exemplo. Na epidemia de peste bubônica que devastou a cidade do Porto, no noroeste de Portugal, em 1899, um cerco foi efetuado. "Além das desinfecções, incinerações de objetos e pertences e isolar os doentes, estabeleceu-se um cordão sanitário", conta Dilene. Tanto esta ação quanto as providências quarentenárias adotadas à época no Brasil foram consideradas drásticas. No caso português, a medida atingia a toda a população, mas de maneira desigual.