Respostas
Resposta:
Segundo Foucault, os mecanismos do poder em suas estratégias, sutis e gerais, não foram estudados, mas sim, as pessoas que detiveram o poder. Dessa maneira, o autor analisa as formas de poder ao longo dos séculos XVI ao XVIII, preocupando-se em não interpretar o poder como fenômeno concreto e homogêneo de um indivíduo sobre outro - e estabelecendo a existência de práticas e relações de poder, que são o fundamento da sociedade, ainda que o próprio poder não exista.
O processo de disciplinarização ocorre, geralmente, em locais arquitetonicamente preparados especialmente para tal: o panóptico, de Geremy Bentham, foi a arquitetura escolhida para vigilância - locais cercados com uma disposição espacial estudada, que servem para a observação sistemática de corpos e um mobiliário com uma torre de vigia ao centro, com janelas se abrindo para o lado interno, mantendo o interior invisível - ao redor do panóptico construíam-se celas, totalmente visíveis do observatório.
As intensas modificações nas estruturas de poder deram origem ao aparato social e político da “escola disciplinar” e da “sociedade disciplinar”: os estudos foucaultianos oferecem um modelo teórico para entender o surgimento da escola moderna, da prisão, do hospital e das fábricas. Para Foucault, o poder se deslocou de uma centralização em uma figura única e passou a existir através da norma, espalhando-se pela sociedade. Na Europa do século XVII, foram criadas as instituições nas quais todos aqueles que estavam à margem da sociedade, como os “loucos”, os miseráveis e os chamados “vagabundos” eram presos - a prática médica, então, se apresentava sob o poder sobre o doente e a figura de representação do poder, ou seja, o médico.
Explicação:
Michel Foucault, em seu livro Vigiar e Punir descreve os processos de disciplinarização em diferentes instituições, demonstrando que a principal característica dessa disciplinarização é a disciplina corporal. O conceito de poder foucaultiano está em algum lugar entre o direito e a verdade - dessa forma, seria necessário compreender os mecanismos do poder entre os limites impostos pelo direito e suas regras delimitadoras e, de outro, pela verdade e seus efeitos que produzem e conduzem ao poder. É nesse sentido que Foucault aponta a relação triangular existentes entre o poder, o direito e a verdade.