por que quem tem pressão alta esta no grupo de risco do covid 19?
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Resposta:
Cardiopatas estão em risco de complicações pelo novo coronavírus
A mortalidade média da Covid-19 para a população em geral é de cerca de 3%, variando consideravelmente de país para país. Nos portadores de doenças cardiovasculares em geral, a taxa salta para 10,5%. Além dos hipertensos, entram na lista de atenção extra indivíduos que já tiveram infarto ou derrame, possuem obstruções nas artérias, insuficiência cardíaca, placas de ateroma ou outros males no peito.
Explicação:
A primeira morte confirmada no Brasil por Covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2), é a de um homem de 62 anos com hipertensão e diabetes, em São Paulo. E portadores de ambas as doenças integram o grupo de risco para desenvolver sintomas mais graves após a infecção, segundo estudos chineses compilados em um artigo publicado no renomado periódico The Lancet.
Em um dos trabalhos, feito com mais de mil pacientes, dos 173 que foram acometidos de maneira severa pela Covid-19, 23% tinham pressão alta e 16%, diabetes. Em outro, de 140 internados por causa da Covid-19, 30% possuíam hipertensão e 12%, a glicemia cronicamente elevada.
Como já abordamos o diabetes neste link, é hora de nos concentrarmos na pressão alta. Antes de tudo, sabe-se que portadores de doenças crônicas estão em maior risco de contraírem vírus que acometem os pulmões (como o influenza, da gripe) e sofrem mais com as complicações dessas infecções. No caso da hipertensão, havia uma teoria extra: a de que os medicamentos para pressão alta favoreceriam a ação do novo coronavírus.
“Para infectar as células, o Sars-Cov-2 utiliza a enzima conversora de angiotensina 2, chamada de ECA-2, presente nas células de pulmão, rins e outros órgãos. E alguns remédios usados pelos hipertensos elevam o nível dessas enzimas”, explica a cardiologista Ludhmila Abrahão Hajjar, diretora de Ciência, Tecnologia e Inovação da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).
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Mas estudos começam a descartar essa hipótese. Três pesquisas sérias não encontraram uma relação entre essas medicações e o agravamento de casos de Covid-19. “Aliás, é provável que os pacientes com a pressão arterial descontrolada, ou que já tenham algum problema por conta dela, estejam mais em risco”, reforça o infectologista Francisco Ivanildo, da Sociedade Paulista de Infectologia.
Ou seja, não é para abandonar o tratamento por causa do novo coronavírus. “Esses remédios são fundamentais para tratar hipertensão e insuficiências cardíaca”, destaca Ludhmila.
A SBC recomenda que os hipertensos reforcem medidas de prevenção, como se distanciar socialmente. O que vale, aliás, para portadores de doenças cardiovasculares no geral.