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Explicação:
No final do século XIX a grande imigração européia para o Brasil é basicamente uma imigração camponesa. A base do campesinato, que, aliás, se encontra na própria definição do termo, é o trabalho familiar. Sendo assim o casamento é um evento extremamente importante, que produz não só uma nova família, mas uma nova unidade produtiva. Estamos diante do "pai-patrão" que governa o processo de trabalho em uma família que funciona como unidade produtiva. Nas colônias fundadas por estes imigrantes europeus o controle dos casamentos era visto como extremamente importante já que deles podiam depender a sobrevivência do grupo e de seus costumes, tradições, etc. Até a segunda metade do século XX ainda eram comuns os casamentos arranjados, os cálculos matrimoniais que uniam não-herdeiros com herdeiras, e especialmente uma tentativa permanente de casar "para cima", isto é com alguém situado, economicamente falando, em um espaço social um pouco acima do seu. Nesse contexto casamentos fora do grupo são raros e vistos com desconfiança e geralmente só realizados quando havia a possibilidade do indivíduo não casar, situação vista como pior do que a alternativa de casar para baixo.
Resposta:Considerando-se que a vida social é algo fundamental à existência e sobrevivência dos seres humanos enquanto indivíduos, é na família que se dá início ao processo de socialização, educação e formação para o mundo. Os grupos familiares caracterizam-se por vínculos biológicos, mas sua constituição ao longo da história em todos os agrupamentos humanos não se limitou apenas ao aspecto da procriação e preservação da espécie, mas tornou-se um fenômeno social.
As famílias são consideradas grupos primários, nos quais as relações entre os indivíduos são pautadas na subjetividade dos sentimentos entre as pessoas, fato que justifica, muitas vezes, o amor existente entre pais e filhos adotivos, logo sem relação consanguínea. Assim, os laços que unem os indivíduos em família não se sustem pela lógica da troca, da conveniência do relacionamento a partir de um cálculo racional como que em um contrato no mundo dos negócios em que cada parte vê vantagem na relação existente, constituindo um grupo formal. Ao contrário, a família é um grupo informal, no qual as pessoas estão ligadas por afeto e afinidade, e que por conta deste sentimento criam vínculos que garantem a convivência (em um mesmo local de residência, por exemplo), além da cooperação econômica.
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