• Matéria: Português
  • Autor: joaovitorjoaov51
  • Perguntado 6 anos atrás

Alguém por favor urgente faz uma redação sobre "Democratização do acesso ao cinema no Brasil" ?????​

Respostas

respondido por: henriquepiolho
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Resposta:

Em uma cena da produção cinematográfica "Coringa", lançada em 2019, Arthur Fleck, um homem pobre de Gotham, precisa entrar no cinema para encontrar Wayne (um empresário de sucesso), sendo forçado a se vestir de funcionário do estabelecimento para ser permitido entrar, já que era um local prioritariamente frequentado por ricos. Fora do campo artístico, esta é, infelizmente, uma realidade no Brasil: a falta de democracia no que diz respeito ao acesso aos cinemas. Essa questão constitui uma problemática social que deve ser resolvida, uma vez que, além de comprometer o exercício da cidadania, contribui para a segregação social.

Em primeiro plano, deve-se levar em consideração que a falta de democracia no acesso ao cinema vai de encontro a princípios estabelecidos pela Carta Magna nacional. A Constituição Federal define o Brasil como um país democrático, o que se estende ao âmbito cultural. Infelizmente, essa extensão não é observada no campo cinematográfico, o que é perceptível ao analisar a taxa populacional com acesso ao cinema que, segundo os dados disponibilizados pela fonte "Meio e Mensagem", alcança apenas 17% dos brasileiros. Nesse viés, a inércia do Poder Público constitui um desrespeito à cidadania da população que, apesar de ter direitos garantidos pela Constituição, não consegue exercê-los.  

Ademais, a exclusividade do cinema às áreas mais favorecidas economicamente - que restringe o acesso cultural - contribui para a segregação social. Segundo a Agência Nacional de Cinema (Ancine), o Brasil conta com cerca de 2200 salas, concentradas nas áreas de renda mais elevada das grandes cidades. Essa realidade contribui para a dominação elitista e marginalização das camadas mais pobres da sociedade, o que pode ser analisado sob a perspectiva do filósofo francês Pierre Bourdieu, que afirma que as divergências de acesso ao denominado "Capital Cultural" (conhecimentos culturais) entre as classes ricas e pobres influencia decisivamente na subjugação dessas por aquelas.

A partir do exposto, percebe-se a necessidade de democratização do acesso ao cinema no Brasil. Para tanto, o Governo Federal - por intermédio do Ministério da Cultura - deve ampliar o número de salas no território sem focos de concentração privilegiados, de forma a garantir a acessibilidade ao meio cinematográfico e ao "Capital Cultural", o que deve ser realizado a partir da liberação de verba proveniente de impostos pelo Tribunal de Contas Públicas. Como resultado dessa nova perspectiva, cumprir-se-á o princípio democrático estabelecido pela Constituição Federal

Explicação:


joaovitorjoaov51: tem como vc fazer um resumo se não vai caber em 30 linhas
joaovitorjoaov51: por favor mesmo de coração
henriquepiolho: ok espera ums minutos
joaovitorjoaov51: tah
henriquepiolho: pode fazer outra pergunta pq aqui nao cabe
joaovitorjoaov51: mais tipo esse redação tem na internet
henriquepiolho: ate tem
joaovitorjoaov51: Será se vai dá pra resumir
joaovitorjoaov51: ????
henriquepiolho: Nao
respondido por: pedrocf808
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"Ao longo do processo de formação da sociedade, o pensamento cinematográfico consolidou-se em diversas comunidades. No iniício do século XX, com os regimes totalitários, por exemplo, o cinema era utilizado como meio de dominação à adesão das massas ao governo. Embora o cinema tenha se popularizado, posteriormente, como entretenimento, nota-se, na contemporaneidade, a sua limitação social, em virtude do discurso elitizado que o compõe e da falta de acesso por parte da população. Essa visão negativa pode ser significativamente minimizada, desde que acompanhada da desconstrução coletiva, junto à redução do custo do ingresso para a maior acessibilidade. Em primeira análise, é evidente que a herança ideológica da produção cinematográfica, como um recurso destinado às elites, conservou-se na coletividade e perpetuou a exclusão de classes inferiores. Nessa perspectiva, segundo Michel Foucault, filósofo francês, o poder articula-se em uma linguagem que cria mecanismos de controle e coerção, os quais aumentam a subordinação. Sob essa ótica, constata-se que o discurso hegemônico introduzido, na modernidade, moldou o comportamento do cidadão a acreditar que o cinema deve se restringir a determinada parcela da sociedade, o que enfraquece o princípio de que todos indivíduos têm o direito ao lazer e ao entretenimento. Desse modo, com a concepção instituída da produção cinematográfica como diversão das camadas altas, o cinema adquire o caráter elitista, o qual contribui com a exclusão do restante da população. Além disso, uma comunidade que restringe o acesso ao cinema, por meio do custo de ingressos, representa um retrocesso para a coletividade que preza por igualdade. Nesse sentido, na teoria da percepção do estado da sociedade, de Émile Durkheim, sociólogo francês, abrangem-se duas divisões: "normal e patológico". Seguindo essa linha de pensamento, observa-se que um ambiente patológico, em crise, rompe com o seu desenvolvimento, visto que um sistema desigual não favorece o progresso coletivo. Dessa forma, com a disponibilidade de ir ao cinema mediada pelo preço – que não leva em consideração a renda regional –, a democratização torna-se inviável. Depreende-se, portanto, a relevância da igualdade do acesso ao cinema no Brasil. Para que isso ocorra, é necessário que o Estado proporcione a redução coerente do custo de ingressos por região, junto à difusão da importância da produção cinematográfica no cotidiano, nos meios de comunicação, por meio de anúncios, a fim de colaborar com o acesso igualitário. Ademais, a instituição educacional deve proporcionar aos indivíduos uma educação voltada à democratização coletiva do cinema, como entretenimento destinado às elites, por intermédio de debates e palestras, na área das Ciências Humanas, como forma de esclarecimento populacional. Assim, haverá um ambiente estável que colabore com a acessibilidade geral ao cinema no país."

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