Como era a relação dos trabalhadores com as máquinas na França do século XIX,
segundo a historiadora Michelle Perrot ?
Respostas
Resposta:
“A resistência francesa à maquinaria, embora menos espetacular do que
na Grã-Bretanha, foi mais importante do que se costuma crer, desde que não se
considerem exclusivamente suas formas mais violentas (o luddismo), mas
examinem-se também as vias mais difusas pelas quais se afirma, principalmente
por parte dos trabalhadores em domicílio, uma oposição mais global à
industrialização. Essa resistência não é espontânea nem cega: muitas vezes
organizada, ela é modulada, seletiva; distingue entre os diversos tipos de
máquinas. Não caberia identificá-la como uma recusa sistemática ao progresso
técnico. E existe ainda uma diferença de posições e atitudes entre os operários
que trabalham nas máquinas e os operários que as produzem. Os operários
mecânicos certamente contribuíram para a difusão de novos valores.
Entre o final do século XVIII e meados do século XIX, inúmeros incidentes
marcaram a oposição dos trabalhadores francesas às máquinas. [...] Sob o
ângulo industrial, pode-se notar o predomínio esmagador do setor têxtil, chave
dessa primeira revolução industrial, e depois do final do século XVIII a
preponderância da lã e da seda, ramos antigos da tradição manual, para os
quais se trata de uma autêntica mutação. [...] Os setores de preparação de
matérias-primas e acabamento de tecidos, os mais afetados pelas novas
técnicas que visam justamente eliminar os 'privilégios' dos operários, estão na
frente do combate. Mas o ramo gráfico, as indústrias de confecções (alfaiates,
chapeleiros, fabricantes de xales), as indústrias de madeira e papel pintado
passam por inúmeras contestações. As indústrias leves de bens de consumo –
as primeiras a serem mecanizadas – ocupam quase que totalmente o cenário."
Explicação:
deixa o obrigadoe ce estiver certo ponhe como 5 estrelas...