Que aproximações podem ser feitas entre a Alegoria da Caverna e nossa realidade atual alguem me ajuda
Respostas
Resposta:
Muitas, mas a principal é a de que hoje somos tal como os habitantes da caverna. Na narrativa de Platão, eles ficavam contra a entrada, observando as sombras projetadas na parede no interior da caverna. Se um saísse e dissesse tudo o que viu, seria taxado de louco e seria morto. Hoje a gente se condiciona 100% a realidade que nos é apresentada (a gente pode estar só vendo as sombras ali na parede e achando, tal como o pessoal da caverna, que as sombras são a verdade e que nada mais além delas existe). E mais que isso: se vem alguém e nos fala sobre coisas que desconhecemos, que nunca vimos, não iremos entender. Ela será louca, pra gente.
Assim sendo, sair da caverna significa buscar o conhecimento verdadeiro.
Explicação:
Podemos dizer que o ser humano tem regredido constantemente, a ponto de estar, cada vez mais, vivendo como um prisioneiro da caverna, apesar de toda a informação e todo o conhecimento que temos a nossa disposição.
As pessoas têm preguiça de pensar. A preguiça tornou-se um elemento comum em nossa sociedade, estimulada pela facilidade que as tecnologias nos proporcionam. A preguiça intelectual tem sido, talvez, a mais forte característica de nosso tempo. A dúvida socrática, o questionamento, a não aceitação das afirmações sem antes analisá-las (elementos que custaram a vida de Sócrates na antiguidade) são hoje desprezados.
A política, a sociedade e a vida comum deixaram de ser interessantes para os cidadãos do século XXI que apenas vivem como se a própria vida tivesse importância maior que a preservação da sociedade. As notícias falsas estão enganando cada vez mais pessoas que não se prestam ao trabalho de checar a veracidade e a confiabilidade da fonte que divulga as informações.
As redes sociais viraram verdadeiras vitrines do ego, que divulgam a falsa propaganda de vidas felizes, mas que, superficialmente, sequer sabem o peso que a sua existência traz para o mundo. A ignorância, em nossos tempos, é cultivada e celebrada.
Quem ousa opor-se a esse tipo de vida vulgar, soterrada na ignorância, presa na caverna como estavam os prisioneiros de Platão, é considerado louco. Os escravos presos no interior da caverna não percebem que são prisioneiros, assim como as pessoas que estão presas na mídia, nas redes sociais e no mar de informações, muitas vezes desinformantes, da internet, não percebem que são enganadas.
Vivemos na época do predomínio da opinião rasa, do conhecimento superficial, da informação inútil e da prisão cotidiana que arrasta as pessoas, cada vez mais, para a caverna da ignorância.