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Esta dissertação traz uma abordagem das relações de gênero e da alimentação nas festas de Congadas de Goiânia. A Congada é uma prática sociocultural que teve seu início no Brasil nos tempos da escravidão. O ponto alto da festa é a coroação do Rei do Congo, uma rememoração da realeza africana. Foi realizado o estudo de três festas nos seguintes bairros: Santa Helena, Vila Mutirão e Vila João Vaz, pelo prisma do gênero e da comida servida nas festas. Sob a perspectiva de ver a festa a partir da cozinha, a pesquisa realizou uma etnografia com as mulheres que, em devoção a Nossa Senhora do Rosário, se dedicam ao ofício de cozinhar. Objetivou-se observar se o cozinhar na Congada era feminino por naturalização, e a importância da alimentação como instrumento de sociabilidade. Olhar mais de perto esses aspectos possibilitou saber que: a cozinha é um instrumento de poder e é feminina. Há hierarquia e disputas de poder na cozinha das festas. A comparação de cardápios entre as festas comprovou o costume de certas comidas mineiras e goianas na festa afro-brasileira. Há um sistema de dádivas envolvendo doações de alimentos em troca de bênçãos dos santos padroeiros e também uma justaposição de religiões de matriz africana e o catolicismo.