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Resposta:
Malinowski, um desses antropólogos, conta que alguns nativos das ilhas do Pacífico, quando saíam para pescar com suas canoas em alto mar, realizavam ritos religiosos de oferendas e súplicas. Pelo visto, para eles, o mar era o que não podiam dominar, o que ia além de qualquer um dos seus poderes e habilidades. Malinowski observou, no entanto, que estes ritos não eram realizados quando os nativos pescavam – também em canoas – em um lado interior. Apesar de seu conhecimento prático, os nativos sabiam que havia situações que a pessoa não pode dominar, e era então que recorriam à divindade.
No entanto, Malinowski percebeu que os nativos tinham certas práticas esotéricas que não envolviam um conhecimento prático, nem tampouco religioso. Era práticas mágicas, e os próprios nativos as distinguiam claramente da religião. A magia tinha em comum com o conhecimento prático – usar uma linha, navegar – o fato de que, por um lado, pensava que toda causa tinha um efeito direto e, por outro, que a pessoa podia dominar e era senhora da situação. Mas também percebeu que isso não era a religião.
Rezar é sobretudo e quase unicamente manter uma conversa. Essas conversas, como quase nenhuma, não dominam a realidade do que nos acontece.