• Matéria: Filosofia
  • Autor: matheusreisassis
  • Perguntado 6 anos atrás

Se a referência (objeto) de um termo universal qualquer, deixasse de existir (como seria o caso da palavra “rosa” se todas as rosas deixassem de existir), poderia, ainda, este termo universal ter sentido mental, isto é, continuaria a ter significado? Seria possível falar de rosas mesmo se não existisse mais nenhuma rosa no mundo?(...) Se todas as coisas nomeadas por um termo universal parasse de existir, então este termo preservaria consigo seu sentido, como no caso, se todas as rosas deixassem de existir. Caso contrário, a proposição “não há rosas” jamais poderia ser formulada, pois, simplesmente não teria sentido. Desse modo, para Abelardo, podemos negar a existência de qualquer objeto no mundo, sem, por isso, enunciar uma proposição falsa ou sem sentido.SILVA, Janice Ribeiro da. Pedro Abelardo e a questão dos Universais. Disponível em: . Acesso em: 28 nov. 2015. Devido ao peso que as leis da linguagem tinham na Escolástica, a chamada “questão dos universais” ganhou enorme projeção entre os pensadores da Idade Média. De tais indagações surgiram posições filosóficas distintas, como o realismo e o nominalismo. Uma solução entre elas foi proposta por Pedro Abelardo, na sua concepção conceitualista, ao defender que os chamados universais se referem a
a) existência absoluta e imutável, servindo de modelos à realidade sensível e contingente.
b) entidades abstratas, possuindo uma existência real, independente dos sentidos.
c) entidades concretas, possuindo uma existência real, dependente dos sentidos.
d) nomes ou abstrações da inteligência, criadas depois das coisas, para designá-las. e) significados dos nomes, possuindo existência no entendimento humano, como conceitos.

Respostas

respondido por: leandraemanuelle735
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Resposta:

PEDRO ABELARDO E A QUESTÃO DOS UNIVERSAIS

Pedro Abelardo, viveu durante o período da Escolástica (de 1079 a 1142), na França, numa época em que as disputas de argumentação lógica, as chamadas disputatio, eram bastante comuns. Como se sabe, o pensamento filosófico medieval foi marcado pela grande influência cristã da Igreja Católica e, desse modo, as disputas visavam provar, por vezes, a existência de Deus, por vezes, a Trindade, etc, procurando, sempre, uma coerência e uma validade argumentativa lógica.

Nessa época, a lógica aristotélica era um instrumento de grande poder e autoridade argumentativa e aquele que soubesse melhor utilizá-la e conseguir provar seu argumento de forma irrefutável era visto com bastante respeito dentro das universidades. Uma questão que mexeu com toda a comunidade dos pensadores medievais (ou ao menos com a grande maioria deles) era o problema dos universais. Tal questão era crucial para os pensadores do medievo e para a dialética este termo possuía uma natureza quase divina.

Abelardo escreveu muitas obras, mas nem todas de cunho lógico. Suas obras podem ser divididas em dois tipos: as obras de lógica e as obras de doutrina cristã. As obras lógicas foram escritas no primeiro momento de sua vida intelectual, de 1102 a 1126. As primeiras obras desse tema são pequenos comentários de Abelardo sobre Aristóteles e dois pensadores chamados Porfírio e Boécio. Num momento posterior, Abelardo escreve comentários mais longos sobre estes pensadores e os reúne numa série de trabalhos. O primeiro deles é Logica Ingredientibus, traduzido em português para Lógica para principiantes. As obras sobre doutrina cristã tiveram produção no período mais próximo ao final de sua vida. Datam de 1120 ao ano de sua morte, 1142. Vale lembrar que também escreveu uma carta autobiográfica chamada Historia Calamitatum (História das minhas calamidades). Ela foi escrita no segundo período de Abelardo em Paris que foi de 1132 a aproximadamente 1140 sendo este período considerado o mais produtivo de sua vida.

O presente artigo abordará uma análise do que é o universal e como Abelardo analisou esta questão diante do que era colocado em sua época.

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