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Nascido de mãe negra livre e pai branco, foi contudo feito escravo aos 10 anos, e permaneceu analfabeto até os 17 anos de idade. Conquistou judicialmente a própria liberdade e passou a atuar na advocacia em prol dos cativos, sendo já aos 29 anos autor consagrado e considerado "o maior abolicionista do Brasil".[2]
Apesar de considerado um dos expoentes do romantismo,[3] obras como a "Apresentação da Poesia Brasileira", de Manuel Bandeira, sequer mencionam seu nome.[4] Teve uma vida tão ímpar que é difícil encontrar, entre seus biógrafos, algum que não se torne passional ao retratá-lo — sendo ele próprio também carregado de paixão, emotivo e ainda cativante.[5] A despeito disto o historiador Boris Fausto declarou que era dono de uma "biografia de novela".[6]
Foi um dos raros intelectuais negros no Brasil escravocrata do século XIX, o único autodidata e o único a ter passado pela experiência do cativeiro. Pautou sua vida na defesa da liberdade e da república: ativo opositor da monarquia, veio a morrer seis anos antes de ver seus sonhos concretizados.[7]