“A falta de coesão em nossa vida social não representa, assim, um fenômeno moderno. E é por isso que erram profundamente aqueles que imaginam na volta à tradição, a certa tradição, a única defesa possível contra nossa desordem. Os mandamentos e as ordenações que elaboraram esses eruditos são, em verdade, criações engenhosas de espírito, destacadas do mundo e contrárias a ele. Nossa anarquia, nossa incapacidade de organização sólida não representam, a seu ver, mais do que uma ausência da única ordem que lhes parece necessária e eficaz. Se a considerarmos bem, a hierarquia que exaltam é que precisa de tal anarquia para se justificar e ganhar prestígio”. (HOLANDA, Sergio Buarque de. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 33.)
Caio Prado Junior, Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Holanda são intelectuais da chamada “Geração de 30”, primeiro momento da sociologia no Brasil como atividade autônoma, voltada para o conhecimento sistemático e metódico da sociedade. Sobre as preocupações características dessa geração, considere as afirmativas a seguir.
I. Critica o processo de modernização e defende a preservação das raízes rurais como o caminho mais desejável para a ordem e o progresso da sociedade brasileira.
II. Promove a desmistificação da retórica liberal vigente e a denúncia da visão hierárquica e
autoritária das elites brasileiras.
III. Exalta a produção intelectual erudita e escolástica dos bacharéis como instrumento de transformação social.
IV. Faz a defesa do cientificismo como instrumento de compreensão e explicação da sociedade brasileira.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e III.
b) I e IV.
c) II e IV.
d) I, II e III.
Respostas
Resposta:
C) ll e lV
Explicação:
Espero ter ajudado
Apenas as alternativas II e IV estão corretas, já que na alternativa I a crítica não defende que as raízes rurais são o melhor caminho para o desenvolvimento do país, e, ela também não exalta a produção intelectual erudita, ela foca na progressista que se desenvolve a partir das mudanças dos espaços sociais.
Baseado nessas alternativas, observamos em Raízes do Brasil que Sérgio Buarque de Holanda, dialoga sobre as relações sociais, bem como suas diferenças que partem de uma mentalidade tradicional da sociedade de privilégios.
Deste modo, ele busca atribuir uma aversão ao trabalho manual e mecânico e a responsabilidade pela exploração indiscriminada da colônia ao invés da preferência pelo seu desenvolvimento, que se ambientam dentro do público, partindo da modernização das relações econômicas dando vida a novas formas de trabalho, gerado pelo espaço privado.
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