O que leva um grupo de pesquisadores das instituições mais qualificadas do planeta a se unirem para estudar morcegos e suas relações com plantas? texto: USP LIDERA FORÇA-TAREFA PARA DESCOBRIR AS CONEXÕES ENTRE AS ESPÉCIES O que leva um grupo de pesquisadores das instituições mais qualificadas do planeta a se unirem para estudar morcegos e suas relações com plantas? As descobertas desses cientistas – à primeira vista, sem muita importância – ganharam as páginas de uma das revistas mais relevan- tes do mundo nas áreas de ecologia e evolução, a Nature Ecology & Evolution. Para compreender o trabalho dessa força-tarefa da ciência, formada por dois professores da USP e mais oito pesquisadores, três brasileiros e cinco estrangeiros, basta esquecer os mor- cegos e as plantas (temporariamente), e pensar no desastre ecológico que está ocorrendo ago- ra no litoral do Nordeste. Hoje, é impossível calcular as consequências que o óleo pode trazer ao ecossistema da região. No entanto, o impacto da contaminação poderia ser calculado se houvesse um banco de dados com informações sobre os animais que vivem no local, bem como as relações que são estabelecidas entre as diferentes espécies. Foram dados desse tipo, nesse caso mostrando as interações entre morcegos e plantas, registradas ao longo de 70 anos por centenas de naturalis- tas, que deram origem ao estudo “Compreendendo as regras de montagem de uma rede mul- ticamadas continental” (Insights on the assembly rules of a continent -wide multilayer network). “Nosso estudo mostra que é possível analisar como a extinção de espécies de animais e plantas afeta o equilíbrio de um ecossistema, alterando a biodiversidade em diversas regiões do planeta”, explica o professor Marco Mello, do Instituto de Biociências (IB) da USP, que liderou a força-tarefa do estudo. “As ferramentas computacionais e matemáticas que desenvolvemos para estudar as rela- ções entre os morcegos e as plantas podem ser aplicadas a qualquer outro ecossistema”, com- pleta o professor Francisco Rodrigues, do Instituto de Ciências Matemática e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. Então, imagine se esses cientistas tivessem à disposição dados sobre as tartarugas-mari- nhas, os peixes, as aves, os corais e os demais animais que habitam as áreas contaminadas do litoral do Nordeste ao longo de muitos anos. Ora, eles poderiam utilizar as mesmas ferramentas empregadas no estudo sobre morcegos e plantas. Assim, seriam capazes de prever as consequ- ências que o óleo traria à teia da vida nordestina, incluindo aí os seres humanos. O professor Marco Mello revela que, no mundo, quase 70% dos morcegos se alimentam de insetos em maior ou menor grau. Nas Américas, metade das espécies se alimenta de plantas, só que muitas delas também são capazes de comer insetos. Ou seja, os morcegos têm a dieta mais diversificada entre os mamíferos. Foto: Marco Mello
juliorolimguimaraesd:
MUITO OBRIGADO!!!
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resposta: preocupações ecológicas
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