• Matéria: Português
  • Autor: jsjsjshsjsj
  • Perguntado 6 anos atrás

Façam para mim um artigo de opinião, por favor?

Respostas

respondido por: familiasouza123465
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Resposta:

O artigo de opinião é um dos gêneros mais comuns no cotidiano das cidades. Publicado normalmente em jornais, revistas e blogs, esse tipo de texto tem como função apresentar e defender um ponto de vista sobre algum assunto relevante para a sociedade. Muitas faculdades e universidades costumam solicitar aos seus candidatos que produzam artigos de opinião em seus vestibulares.

Características

O artigo de opinião é um gênero argumentativo, ou seja, é um tipo de texto que defende um ponto de vista por meio de argumentos. A linguagem usada no artigo de opinião costuma alinhar-se à norma-padrão da língua portuguesa, haja vista que o texto deve ser compreendido por diversos tipos de pessoas, muitas vezes de regiões completamente distintas — como é o caso dos artigos publicados em jornais de alcance nacional no Brasil.

Para além disso, justamente por se tratar de uma publicação da imprensa, o assunto abordado nesse tipo de texto costuma ser de relevância coletiva: fatos importantes, ocorridos nos dias ou semanas anteriores, costumam ser os temas do artigo de opinião. Nesse sentido, o gênero tem uma função social clara: promover o debate público sobre as demandas da sociedade.

Leia também: Linguagem jornalística

Estrutura

Por ser um texto argumentativo, o artigo de opinião apresenta três partes fundamentais:

Introdução com tese

Os parágrafos iniciais de um artigo de opinião costumam ser reservados para apresentar o assunto abordado e, além disso, o ponto de vista defendido pelo autor. Chamamos esse ponto de vista de tese. No caso das redações escolares e propostas de vestibulares, é comum que somente o primeiro parágrafo da composição seja destinado para essa função, pois, nesse tipo de produção textual, o número de linhas é restrito.

Veja, a seguir, a introdução de um artigo de opinião produzido por Débora Diniz e Giselle Carino, publicado no jornal El País Brasil:

Violência obstétrica,

uma forma de desumanização das mulheres

A expressão 'violência obstétrica' ofende médicos. Dizem não existir o fenômeno, mas casos isolados de imperícia ou negligência médicas. O que aconteceu com a brasileira Adelir Gomes, grávida e forçada pela equipe de saúde a realizar uma cesárea contra sua vontade, dizem ser um caso extremo, escandalizado pelas feministas como de violência obstétrica. Não é verdade. A violência obstétrica manifesta-se de várias formas no ciclo de vida reprodutiva das mulheres. Em cada mulher insultada verbalmente porque sente dor no momento do parto ou quando não lhe oferecem analgesia. Na violência sexual sofrida em atendimento pré-natal ou em clínicas de reprodução assistida. No uso de fórceps, na proibição de doulas ou pessoas de confiança na sala de parto. Na cesárea como indicação médica para o parto seguro. A verdade é que a violência obstétrica é uma forma de desumanização das mulheres.

Jornal El País Brasil, 20 de março de 2019.

É notável, nesse trecho inicial do texto, a presença das duas partes fundamentais da introdução de um artigo de opinião: a apresentação do tema — “violência obstetrícia” — e a defesa de uma tese ou ponto de vista — “A verdade é que a violência obstétrica é uma forma de desumanização das mulheres”.

Desenvolvimento com argumentação

Uma vez que a tese é apresentada na introdução do artigo de opinião, é esperado que, nos parágrafos intermediários — também chamados de desenvolvimento —, apresentem-se argumentos que comprovem o ponto de vista.

Um argumento costuma ter duas partes: a fundamentação e a análise do fundamento. A primeira corresponde às informações, fatos, dados, referências, entre outros, que o articulista busca para embasar sua opinião; a segunda, ao trecho em que o autor relaciona explicitamente o fundamento utilizado com a tese defendida.

Ainda seguindo o exemplo dado anteriormente, observe a seguir um dos argumentos usados pelas articulistas Débora Diniz e Giselle Carino:

Mulheres negras, indígenas e com deficiência estão entre as mais vulneráveis à violência obstétrica. Um estudo da Universidade de Harvard, realizado em quatro países latino-americanos, mostrou que uma em cada quatro mulheres vivendo com HIV/aids foi pressionada à esterilização após receber o diagnóstico. Evidências igualmente assustadoras foram identificadas no México, onde a Organização das Nações Unidas condenou o país pela esterilização forçada de quatorze indígenas pelo sistema de saúde público. No Brasil, um estudo no Mato Grosso descreveu a correlação entre etnia e morte materna — mulheres indígenas têm quase seis vezes mais chances de morrer no parto que mulheres brancas. Pouco sabemos da realidade de mulheres com deficiência, em particular daquelas com deficiência intelectual. O senso comum diz que devem viver sem sexualidade e que são incapazes de decidir suas vivências reprodutivas.

Explicação:

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