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Existe uma série de fatores complexos - e sociais - que podem estar relacionados a esse aumento mundial, não apenas nos casos de sífilis, como de todas as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
O primeiro fator a ser abordado é o fato da nova geração ter parado de se preocupar tanto com essas doenças. "Essas pessoas não viram do que a AIDS foi capaz anos atrás, não viram famosos e amigos morrerem devido a doença. Além disso, já nasceram em uma época em que existia tratamento contra a AIDS, e por isso o sexo desprotegido se tornou mais frequente e contribuiu para contaminação de outras doenças", diz Celso Granato.
Outro elemento importante foi a falta de penicilina benzatina (benzetacil) em hospital - cenário que ocorre desde 2016. Apesar de não existirem dados assertivos, os especialistas corroboram que possa sim existir uma relação, uma vez que este medicamento é o tratamento mais indica.
A escassez do medicamento se deu porque o Brasil importar a droga de outros países, porém os laboratórios que fabricam, além de serem poucos, também produzem ele em pouca quantidade, uma vez que ele gera pouco lucro.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), uma análise feita em 2017 mostrou que mais de 20 países, incluindo Estados Unidos, Canadá, África do Sul, Austrália e o Brasil, vêm enfrentando uma escassez de penicilina benzatina.