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Argumento a partir das Consequências
Ali Almossawi, em “O livro ilustrado dos maus argumentos”, afirma o argumento a partir das consequências consistir em defender ou refutar a veracidade de uma declaração apelando às suas consequências caso ela fosse verdadeira (ou falsa). Mas o fato de uma proposição levar a um resultado desfavorável não significa ela ser falsa.
Da mesma forma, o simples fato de ter consequências positivas não torna a afirmação automaticamente verídica. “Não se deduz que uma qualidade ligada a um efeito seja transferível à sua causa.”
Se as consquências forem positivas, o argumento pode alimentar esperanças, por vezes tomando a forma de pensamento positivo. Já se forem negativas, o argumento pode suscitar temores.
Analise a citação de Dostoievski: “Se Deus não existe, então tudo é permitido.” Deixando de lado as discussões morais, o apelo às consequências sombrias de um mundo puramente materialista não prova nada sobre a existência ou não de Deus.
É preciso perceber, porém, tais argumentos serem falaciosos somente quando usados para afirmar ou negar a veracidade de uma declaração, e não quando dizem respeito a decisões ou políticas públicas. Por exemplo, um parlamentar pode logicamente se opor ao aumento de impostos por receio de haver um impacto negativo na vida de seus eleitores.
A falácia do argumento a partir das consequências pode ser reconhecida como uma pista falsa ou manobra de distração, porque sutilmente desvia a discussão da proposição original – neste caso, em direção ao resultado e não ao mérito da proposta em si.
Falácia do Espantalho
Ali Almossawi, em “O livro ilustrado dos maus argumentos”, afirma a falácia do espantalho consistir em apresentar de forma caricata o argumento da outra pessoa, com o objetivo de atacar essa falsa ideia em vez do argumento em si. Deturpar, citar de maneira incorreta, desconstruir e simplificar demais o ponto de vista do adversário são formas de cometer essa falácia.
em geral, o argumento espantalho é mais absurdo comparado ao argumento real, facilitando o ataque. Além disso, acaba levando o oponente a perder tempo defendendo-se da interpretação ridícula de seu argumento, em vez de sustentar sua posição original.
Por exemplo, um cético em relação à teoria de Darwin poderia dizer: “Meu oponente está tentando convencer você de que nós evoluímos dos macacos que se balançavam em árvores; uma afirmação realmente grotesca.” Essa é uma deturpação do afirmado pela biologia evolutiva: a ideia de humanos e chimpanzés compartilharem um ancestral comum há milhões de anos. Deturpar a ideia é muito mais fácil do que refutar suas evidências. Apelo a uma Autoridade Irrelevante
Ali Almossawi, em “O livro ilustrado dos maus argumentos”, alerta: embasar um argumento na opinião de uma autoridade é um apelo à modéstia das pessoas, ao senso da possibilidade de haver outros com maior conhecimento em relação ao nosso – o que pode até ser verdade, mas nem sempre.
É correto citar uma autoridade competente, como os cientistas e acadêmicos costumam fazer. A grande maioria das coisas em que acreditamos, como os átomos e o sistema solar, são confirmadas por autoridades confiáveis, assim como todos os fatos históricos.
Mas é muito mais provável que o argumento seja falacioso quando há um apelo à opinião de uma autoridade irrelevante, que não é especializada no assunto em questão. Uma falha de argumentação nessa linha é o apelo a uma autoridade vaga, em que uma ideia é atribuída a um coletivo indefinido. Por exemplo: “Professores na Alemanha demonstraram que isso é verdadeiro.”
Um tipo comum de apelo a autoridades irrelevantes é o apelo à sabedoria antiga, onde uma ideia é presumida como verdadeira somente porque foi originada num passado distante. Por exemplo: “A astrologia era praticada há milênios na China, uma das civilizações tecnologicamente mais avançadas da Antiguidade.”
Esse tipo de apelo costuma ignorar o fato de que o conhecimento científico atual é muito superior e que muitos costumes e normas podem mudar ao longo do tempo.
Por exemplo: “Nós não dormimos o suficiente hoje em dia. Poucos séculos atrás, as pessoas costumavam dormir nove horas por noite.” Havia uma série de razões pelas quais elas dormiam mais horas no passado. O simples fato de que dormiam mais não oferece evidências suficientes para sustentar o argumento de que devemos fazer o mesmo hoje em dia.
Equívoco
Ali Almossawi, em “O livro ilustrado dos maus argumentos”, demonstra a falácia do equívoco(também chamada de equivocação) explorar a ambiguidade da linguagem, alterando o sentido de uma mesma palavra durante o argumento e usando esses significados diferentes para sustentar uma conclusão infundada.
espero ter ajudado