O ser humano moderno busca a liberdade, é ambicioso, criativo, valoriza o conhecimento das ciências. Escreva um pequeno texto sobre o ser humano moderno.
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Em algum momento do passado, entre 92 mil e 45 mil anos atrás, numa caverna nos arredores de onde hoje existe a cidade de Nazaré, em Israel, um grupo de homens, mulheres e crianças olhou para o horizonte e viu se aproximar outro grupo de indivíduos que, de longe, tinham uma aparência familiar. Quando os forasteiros chegaram mais perto, porém, os moradores da caverna perceberam que aqueles não eram seus semelhantes. Enquanto os habitantes do local tinham pele escura, estatura mediana e andar equilibrado, os recém-chegados eram claros, atarracados e cambaleavam. Apenas uma característica era comum a todos: a curiosidade recíproca. Os da caverna — que viria a ter o nome de Qafzeh — faziam parte de uma espécie que agora a ciência identifica como Homo sapiens sapiens, os humanos anatomicamente modernos. Mais ainda: eram, ao que tudo indica, os primeiros representantes dessa espécie. Os visitantes, por sua vez, vindos das terras geladas da Europa, também eram humanos, mas de outra variedade, possivelmente mais arcaica, a dos Homo sapiens neanderthalensis — os homens de Neandertal.
A origem do primeiro sapiens sapiens esteve por muito tempo ligada ao homem de Neandertal. O ser humano moderno era classificado como pertencente ao gênero Homo, um primata da família dos hominídeos, espécie sapiens (sábio). E o Neandertal era tido como um antepassado direto não sapiens, o Homo neanderthalensis. Mas, nos últimos cinco anos, descobertas arqueológicas e pesquisas de laboratório têm mostrado que essa concepção está errada. Os humanos de anatomia moderna — subespécie sapiens sapiens — não descendem daquele homem das cavernas européias, cujos fósseis foram achados pela primeira vez em 1856, no vale de Neander (daí o nome), Alemanha. Os antropólogos agora acreditam também que a convivência competitiva com os sapiens sapiens foi o motivo da extinção dos neandertalenses. Essa nova concepção da origem do homem atual tem causado um acalorado debate entre os especialistas no assunto. As razões para a excitação são muitas, com um ingrediente perturbador adicional: a entrada em cena dos geneticistas num campo antes exclusivo dos especialistas em ossos e pedras.