Como Platão articula sua teoria da alma com a composição ideal da pólios ateniense? Essa articulação está em concordância com a cidadania democrática?
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Platão imaginava que existiam duas realidades: a sensível e a inteligível. A alma é, nesse sentido, a parte do homem que conhece o inteligível mas o esqueceu. Existem três partes: o racional, irascível e o concupiscente. Os primeiros devem atuar no governo, os segundos devem trabalhar na defesa do estado e os últimos são dedicados ao campo e ao comércio.
As três virtudes fundamentais da alma humana, para Platão, são a temperança, a coragem e a sabedoria.
Platão diz que a alma é tripartida: há a parte concupiscível ou apetitiva (sensual), a irascível (impulsos e afetos) e a racional:
- A parte apetitiva (epithymetikón) requer temperança (sophrosýne) como virtude – avaro é o homem que se deixa levar por esta parte.
- A parte irascível (thymoeidés) requer coragem (andría) - - ambicioso é homem que se deixa levar por esta parte.
- A parte racional (loghistikón) requer sabedoria ou prudência (phrónesis) - - estudioso é o homem que se deixa levar por esta parte.
- A quarta virtude é a harmonia entre tais partes da alma. Essa virtude é a justiça (dikaiosýne).
Essas são as quatro virtudes fundamentais, inclusive para o cristianismo: prudência, justiça, coragem e temperança.
O vício é a doença característica da alma, mas ele não a destrói. Se a doença exclusiva da alma não pode matá-la, então ela não pode ser morta por doenças do corpo, e deve, portanto ser imortal, segundo Platão.
No Livro IV de A República, ele aponta que a verdadeira sede dessa República é no interior de cada homem, como dirá no fim do livro IX, com outras palavras. É cada um saber o seu lugar. Por isso em cada homem existem as três faculdades da alma que se encontram nas três classes sociais. A apetitiva, a irascível e a racional. A irascível, por sua natureza, se encontra predominantemente do lado da razão, mas pode ligar-se ao lado mais baixo da alma. Na primeira predomina a virtude da temperança que domina os desejos, na segunda a coragem, e, na terceira, a sabedoria. A “justiça” nada mais é do que a harmonia entre estas três classes.
Cada um tem de saber o seu lugar no mundo: VIRTUDES DA CIDADE = VIRTUDES DO INDIVÍDUO. A justiça só existe exteriormente se existir interiormente. Depois Platão irá propor a educação para cada uma das classes.
Um filósofo precisa ser aliado da verdade, da justiça, da coragem e da temperança; O filósofo volta seus esforços para o ser, para conhecer a natureza de cada coisa tomada em si mesma (490b).
Para saber mais: brainly.com.br/tarefa/3089784