• Matéria: História
  • Autor: elisangela78livre
  • Perguntado 6 anos atrás

"Jaraguá e guarani " faça um relatório sobre as aldeias do Jaraguá

Respostas

respondido por: lucianocarlos1830
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Resposta:

Censo de 2010, a população indígena de São Paulo é de 41.794 habitantes, sendo que 37.915 vivem no espaço urbano. Um dos locais na capital onde há uma forte presença dessas comunidades tradicionais é o Parque Estadual do Jaraguá. Com área de 492, 68 hectares, o Parque Estadual do Jaraguá (PEJ) é um parque urbano localizado a noroeste da Região Metropolitana de São Paulo, sendo bastante conhecido por ser uma área de lazer importante para a população da região. O que não costuma ser muito abordado acerca do PEJ é que, além de constituir um dos últimos espaços remanescentes de Mata Atlântica da cidade, o Jaraguá também foi cenário de exploração de escravos desde o início de sua atividade mineradora no século XVI, mas também nos dias de hoje com a invisibilização da comunidade Guarani que vive em condições precárias nos arredores do parque.

Alocal de moradia da comunidade, mas também espaços necessários à reprodução física, cultural e espiritual do grupo, fazendo parte da identidade coletiva dessa comunidade. Cabe ressaltar que essa ação advém do mesmo ministro que um mês antes baixou uma portaria (541/2017) instituindo um grupo de trabalho para fins de “integração social das comunidades indígenas e quilombolas”, formada em sua maioria por órgãos policiais e de segurança nacional, evidenciando a não extinta intenção integracionista que o Estado possui quanto às comunidades tradicionais.

Tanto em nível nacional, quanto estadual e municipal, vivemos tempos em que as relações entre o público e o privado estão cada vez mais nebulosas e indo na contramão dos direitos do povo. Por isso, não podemos aceitar mais um ataque dos governos de Michel Temer e de Geraldo Alckmin aos direitos históricos e legítimos desses povos que, sem sossego, lutam cotidianamente para garantir a sua existência, seus costumes e seu direito à terra. A portaria que consolida essa política é tão racista quanto higienista e continua perpetrada pelo governo do Estado de São Paulo e também a nível federal. A estreita relação entre o governo Temer e a bancada ruralista está negando às comunidades indígenas Guarani M’bya seus direitos originários e imprescritíveis sobre a terra que tradicionalmente ocupam. O argumento oficial é de que houve erro administrativo e falta de participação do Estado de São Paulo no processo de demarcação. Sabemos que, na verdade, diversos acordos foram feitos entre os governos de Dória, Alckmin e Temer para que fosse colocado em prática o projeto de desmonte dos órgãos e serviços públicos a qualquer custo de modo que o lucro fosse parar nas mãos dos mesmos empresários ligados aos antigos esquemas de corrupção.

Ainda tratando da conservação dos nossos espaços verdes, o Governo do Estado de São Paulo colocou 34 áreas florestais que estão em áreas públicas, muitas delas sendo de proteção integral e de responsabilidade do Instituto Florestal, à disposição para venda e concessão a empresas privadas, dentre os quais está o Parque Estadual do Jaraguá. Para essas empresas, muitas delas com proprietários parceiros de João Dória e Geraldo Alckmin, está liberada a exploração da nossa riqueza natural. Trata-se de um ataque não apenas ao direito originário sobre esta terra que a população Guarani M’bya possui, mas na conservação das áreas remanescentes de Mata Atlântica que ainda temos, levando em conta

que a incisiva retirada de direitos dos povos indígenas e quilombolas se iniciou com o governo Dilma, que ficou conhecido como o governo que menos demarcou terras indígenas na democracia brasileira. Com Temer, os retrocessos se mostram ainda maiores. Aliado à “bancada da Bala, do Boi e da Bíblia”, o governo ilegítimo não poupa esforços para retirar direitos mínimos não apenas das comunidades indígenas, mas de toda a classe trabalhadora. A bancada ruralista nunca aceitou que alguns pedaços de terra fossem protegidos de sua lógica de lucros exorbitantes com base na agropecuária extensiva que destrói a natureza e dizima os que vivem da terra.

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