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Nas últimas décadas, a expectativa de vida aumentou significativamente em todo o mundo. Quem nascesse em 1960, quando as Nações Unidas passaram a compilar dados globais, poderia esperar viver até os 52,5 anos de idade. Hoje, a média é de 72.
No Brasil, o salto foi ainda maior, de 48 para os atuais 75,5 anos.
A conclusão natural é de que tanto os avanços da medicina moderna quanto as iniciativas na área de saúde pública nos ajudaram a viver mais do que nunca - tanto que talvez não tenhamos como prolongar nossa vida muito mais do que já o fizemos.
Em setembro de 2018, o governo britânico confirmou que, pelo menos no Reino Unido, a expectativa de vida parou de aumentar. E esses ganhos também estão diminuindo em todo o mundo.
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A crença de que nossa espécie pode ter atingido o ápice da longevidade também é reforçada por alguns mitos sobre nossos ancestrais: gregos antigos ou romanos ficariam estupefatos ao ver alguém com mais de 50 ou 60 anos, por exemplo.
Na verdade, embora os avanços na medicina tenham melhorado muitos aspectos na área da saúde, a suposição de que o tempo de vida humano aumentou significativamente ao longo de séculos ou milênios é equivocada.
A expectativa de vida não aumentou tanto porque estamos vivendo muito mais tempo do que costumávamos como espécie. Aumentou porque muitos mais de nós vivem mais."Há uma diferença básica entre expectativa de vida e tempo de vida", diz Walter Scheildel, historiador da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, e um dos principais estudiosos de demografia da Roma Antiga. "O tempo de vida dos humanos - oposto à expectativa de vida, que é uma construção estatística - não mudou muito, até onde eu sei."A expectativa de vida é uma média. Em uma casa com dois filhos, onde um morre antes do primeiro aniversário, mas o outro vive até os 70 anos, a expectativa de vida é de 35 anos.
Isso é matematicamente correto - e certamente nos diz algo sobre as circunstâncias em que essas crianças foram criadas. Mas não nos revela o cenário completo.
Além disso, outro problema acontece quando analisamos eras, ou regiões, nas quais há altos níveis de mortalidade infantil. A maior parte da história da humanidade tem sido marcada por taxas de sobrevivência baixas entre crianças, e essa realidade permanece em vários países até hoje.