Sempre pensei que ser um cidadão do mundo era o melhor que podia acontecer a uma pessoa, e continuo pensando assim. Que as fronteiras são a fonte dos piores preconceitos, que elas criam inimizades entre os povos e provocam as estúpidas guerras. E que, por isso, é preciso tentar afiná-las pouco a pouco, até que desapareçam totalmente. Isso está ocorrendo, sem dúvida, e essa é uma das boas coisas da globalização, embora haja também algumas ruins, como o aumento, até extremos vertiginosos, da desigualdade econômica entre as pessoas. Mas é verdade que a língua primeira, aquela em que você aprende a dar nome à família e às coisas deste mundo, é uma verdadeira pátria, que depois, com a azáfama da vida moderna, às vezes vai se perdendo, confundindo-se com outras, e isso é provavelmente a prova mais difícil que os imigrantes têm de enfrentar, essa maré humana que cresce a cada dia, à medida que se amplia o abismo entre os países prósperos e os miseráveis, a de aprender a viver em outra língua, isto é, em outra maneira de entender o mundo e expressar a experiência, as crenças, as pequenas e grandes circunstâncias da vida cotidiana. Mario Vargas Llosa. “O regresso à Grécia”. Disponível em: . Segundo o texto, pode-se afirmar que: a) o idioma natal é a única característica de identidade dos indivíduos globalizados. b) todo e qualquer idioma se equipara, pois usam palavras diferentes para sentimentos iguais. c) a imigração faz com que os indivíduos percam completamente suas raízes culturais. d) cada idioma carrega formas específicas de ver o mundo e de se relacionar com as pessoas. e) o idioma local nunca sofre qualquer tipo de alteração com o passar do tempo.
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Resposta é d.
Explicação:
Cada idioma carrega formas específicas de ver o mundo e de se relacionar com as pessoas.
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